O vitimismo católico e a síndrome da conspiração

Enquanto os ateus, gayzistas, esquerdopatas, satanistas, macumbeiros e anti-religiosos atacam os evangélicos e confessam ter ódio dos evangélicos por serem conservadores, são os católicos que se fazem de “perseguidos” e vitimas, e difamam os evangélicos com deboches e provocações.
Vitimismo


por Lucas Banzoli

Se tem uma coisa que me enche a paciência na malfadada apologética católica não é nem os argumentos medíocres, nem as heresias, e nem mesmo as grosseiras distorções históricas e seu revisionismo patético. O que me irrita mesmo é o mimimi daqueles que se acham sempre os pobres coitadinhos oprimidos pelos protestantes malvados que estão “atacando a Igreja de Cristo”. É uma síndrome de teoria conspiratória para todos os cantos e um vitimismo descarado que enjoa. Eu não sei como os próprios leitores católicos destes sites suportam tanta dissimulação. Até hoje não encontrei um único site romanista que não use deste mesmo artifício do vitimismo, como se o mundo todo estivesse envolvido em uma gigantesca conspiração contra a pobrezinha e indefesa Igreja Católica.

O argumento geralmente utilizado é que a Igreja Católica é atacada por ateus e protestantes. Como se os evangélicos também não fossem atacados por católicos e ateus. E como se os ateus também não fossem atacados por católicos e evangélicos. Isso é guerra cultural, e geralmente quem se dá mal no embate ideológico irá mesmo apelar para o falso vitimismo, como se a culpa do fracasso cada vez mais constante do catolicismo no mundo não fosse da pobreza de argumentos do próprio catolicismo, mas sim de seus inimigos malvados que os vencem a todo o momento.

Embora os evangélicos sejam atacados por todo mundo, incluindo católicos e neo-ateus, eu nunca fiquei de vitimismo por causa disso, nunca apelei para teorias malucas de conspiração e nunca vi meus irmãos evangélicos fazendo o mesmo. A própria acusação de que os ateus estão empenhados em “destruir o catolicismo” é risível. Neo-ateus e esquerdistas em geral não querem destruir o catolicismo em particular, mas o Cristianismo como um todo, e o foco deles é muito mais os evangélicos do que os católicos. Só um animal de teta não percebe isso.

A coisa é tão óbvia que até os próprios ateus e esquerdistas admitem isso abertamente. Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidanta Dilma, deixou escapar isso quando foi entrevistado sobre o principal inimigo do PT, e ele respondeu abertamente que eram as igrejas evangélicas:

“É preciso fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes! (...) Aí a necessidade importantíssima de uma disputa ideológica, de uma disputa de projeto frente a esse novo público que nos sabemos é um público homogenizado por setores conservadores. Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel da hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais, que são a grande presença para o público que está emergindo”[1]

Ou seja: nossos próprios inimigos estão confessando abertamente que o alvo deles são as igrejas evangélicas e que o inimigo ideológico deles são os pentecostais, e o que os patifes travestidos de apologistas católicos afirmam? Que o inimigo dos esquerdistas e ateus é a “Igreja Católica”. Note como o católico fanático, obcecado por teorias de conspiração anticatólicas para se passar de coitadinho, inverte o principal alvo dos esquerdistas para poder se vitimizar. Os próprios esquerdistas afirmam que o alvo deles são os evangélicos, e eles insistem que é a Igreja Católica, para fazer jus às suas teorias conspiratórias.

Basta ler as revistas sensacionalistas neo-ateístas para perceber o quanto isso é óbvio. A “Superinteressante”, por exemplo, super preocupada com o avanço do protestantismo no Brasil, fez uma edição inteira apenas para atacar os evangélicos caluniosamente, com o título de “Extremismo Evangélico”. Nando Moura comentou isso nestes dois vídeos:



Se a Superinteressante tivesse feito uma edição inteira para falar de “Extremismo Católico”, os apologistas católicos de fundo de quintal estariam agora se vitimizando, dizendo que essa é a “prova” de que há toda uma super conspiração universal contra a “Igreja de Cristo”, numa liga satânica formada por protestantes e ateus. Mas como o alvo deles é claramente os evangélicos, eles fingem que nada aconteceu. E nem os próprios evangélicos dão ênfase a isso, porque nós não temos a praxe de vitimismo característico dos papistas.

Há uma regra de ouro que diz que se nós queremos saber com quem o inimigo realmente se preocupa, pergunte a ele. Ele sabe melhor do que ninguém. Ele não atira no vácuo. E indiscutivelmente o inimigo número um para os neo-ateus não é a Igreja Católica, mas os evangélicos. No vídeo abaixo, um neo-ateu que se auto-intitula “Clarion de Laffalot” faz um vídeo chamado “Eu tenho medo”, que é inteiramente dedicado a atacar os evangélicos, mesmo sem argumento nenhum:


Clarion finge não perceber que já existe um país majoritariamente protestante no mundo, e seu nome é Estados Unidos, um dos maiores berços da democracia moderna e a maior potência do planeta, milhões de vezes melhor que o nosso país católico. Mas, como vemos, o medo do ateu não é que a Igreja Católica volte a ter força, mas sim que os evangélicos continuem crescendo. Na perspectiva dos ateus e esquerdistas em geral, o principal obstáculo não é o catolicismo romano, mas o protestantismo evangélico. Só na cabeça do fanático católico é que o catolicismo é o alvo maior do secularismo anticristão. Enquanto os ateus atacam os evangélicos, são os católicos que se fazem de “perseguidos”.

Basta entrar em qualquer comunidade neo-ateísta ou grupo de debates para perceber claramente como os ateus tem um ódio aos evangélicos enormemente maior do que aquele que eles sentem pelos católicos. Eles sabem quem é o verdadeiro inimigo. Eles sabem quem é que ainda sustenta o conservadorismo cristão no Brasil e no mundo. Eles não são nada ingênuos.

Prova maior disso é que praticamente todo o embate neo-ateísta no mundo é com cristãos evangélicos. Se não fosse pelos apologistas cristãos evangélicos, os ateus já teriam dominado o mundo há muito, muito tempo. É graças ao trabalho fenomenal de apologistas crentes como William Lane Craig, Alvin Plantinga, Alister McGrath, Norman Geisler, Frank Turek, John Lennox, Michael Licona, Paul Copan, Ravi Zacharias, Gary Habermas e N. T. Wright que o Cristianismo não está totalmente acabado no mundo. Se eu estou me esquecendo de alguém, é de mais algum evangélico. O único católico de destaque que eu me lembre é Dinesh D’Souza, mas ele está enormemente longe do tipo de católico antiprotestante que administra esses sites desonestos (ele inclusive considera o protestantismo uma opção legitimamente cristã).

São em suma maioria os apologistas evangélicos que fazem o Cristianismo ainda estar vivo no mundo, frente aos argumentos neo-ateístas de Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris, Daniel Dennett, Lawrence Krauss e companhia limitada. Quando um católico quer estudar apologética para combater o ateísmo, é a literatura protestante que ele procura, porque a católica está praticamente ultrapassada e falida. Os católicos, com raras exceções, estão inteiramente dedicados a só atacar o protestantismo o tempo todo, 24h por dia, sem parar, custe o que custar. E, mesmo assim, ainda dizem que é com os católicos que os ateus estão preocupados!

Poucos sabem, mas quando eu decidi entrar para a apologética, em 2009, eu não estava nem aí com o catolicismo. Meu objetivo era exclusivamente refutar o neo-ateísmo (coisa que continuo fazendo até hoje). Eu fiquei meses debatendo apenas com ateus, até que fui descobrindo que os católicos tridentinos atacavam muito mais os evangélicos do que os ateus. Enquanto há um site ateu atacando os evangélicos, há pelo menos vinte sites católicos nos atacando na mesma medida, ou até pior. E para cada mil sites católicos nos atacando dia e noite, havia um ou dois sites evangélicos que se defendiam. Chegava a ser covardia.

Quando eu percebi que os católicos tridentinos eram maior ameaça ao Cristianismo do que o ateísmo, e que os evangélicos não faziam praticamente nada para se defender de tanta mentira, calúnia e difamação que era lançada diariamente contra nós, decidi começar a refutar o catolicismo também, como venho fazendo até hoje. Há milhares de sites apologéticos católicos atacando a fé evangélica todos os dias, e mesmo assim são eles que se vitimizam sem parar. Há três ou quatro sites apologéticos evangélicos que se defendem, e mesmo assim nós nunca ficamos de mimimi.

É aquela velha história: na cabeça do fanático católico, se um comunista mata um católico, um ortodoxo, um protestante e um judeu, os três últimos morreram por danos colaterais, mas o católico só morreu porque o comunista tem um plano secreto conspiracionista armado exclusivamente contra a “Igreja de Cristo”. É com esse tipo de gentalha ridícula que lidamos todos os dias, e é este tipo de fanatismo doentio que lunáticos como o astrólogo da Virgínia doutrinam a todo o instante, insuflando o conspiracionismo anticatólico para dentro deles. Na cabeça de um lunático deste nível, até mesmo filmes como “O Poderoso Chefão” e “O Código da Vinci” são ataques protestantes contra a Igreja Católica, e o simples fato da mídia chamar o papa Francisco de papa significa que ela está conspirando contra a ICAR (já que ele não considera Francisco papa mesmo):



É esse tipo de síndrome do vitimismo que invade os neurônios de legiões de seguidores fanáticos e zumbis adestrados que formam o tipo de católico tridentino que se resume a um ridículo sem fim; um misto de teórico da conspiração com pseudoapologista fanatizado, a quem chamamos carinhosamente de tridentinos.

Mas, afinal, o que esperar de um teórico da conspiração formado em coisa nenhuma, que dizia que o microchip seria obrigatório nos Estados Unidos até 2013?


Paz a todos vocês que estão em Cristo.



Licenciado e Pós-graduado em História. Bacharelando em Teologia. Cristão de tradição batista e acadêmico em apologética cristã...
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1 comentário

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  1. Nando Moura não é católico