Protestantismo

Uma Breve Introdução


Por Elisson Freire

A origem do que levou a esse movimento não pode simplesmente ser reduzido na pessoa de Lutero, é muito comum ver afirmações do tipo "O PAI DO PROTESTANTISMO", contudo isso seria o mesmo que incorrer em uma falácia genética de que Constantino teria sido o fundador do Catolicismo Romano e portanto pai deste.

Obviamente o protestantismo como movimento cultural, político e religioso teve sua alavancada a partir do século XVI devido ao inconformismo do padre alemão Martinho Lutero em aceitar algumas práticas da Igreja Romana. Contudo, equanto que o catolicismo romano, passa a se remodelar nos moldes de um sistema imperialista com diversas doutrinas que não passam de tradições superticiosas desenvolvidas tardiamente e que nada tem de apostólicas, se afastando cada vez mais do que podemos chamar de CRISTIANISMO ANTIGO, o protestantismo histórico no que tange as suas doutrinas, é tão ou mais antigo que o próprio Catolicismo ROMANO embora ambos sejam resultado de vários acontecimentos históricos.

E foi por apelar aos principios do CRISTIANISMO ANTIGO, que paulatinamente a eminência do protestantismo foi tomando forma. Antes mesmo de Lutero, nomes como Pedro de Bruys, Tanquelmo, Arnaldo de Bréscia, Pierre Valdo, João Wycliff, João Huss, Jerônimo de Praga e Savonarola historicamente já "protestavam" por um apelo imediato a um retorno as doutrinas centrais da fé cristã expressadas no Novo Testamento, uma reforma, que os levou a serem cruelmente assassinados por simplesmente confrontarem os abusos de Roma e seu declínio moral. Daí que em Lutero o tiro de misericórdia foi dado nas pretensões romanistas.


Lutero atacava duramente a venda de indulgências, ou seja, a obtenção de perdão para um determinado pecado em troca de dinheiro. No dia 31 de outubro de 1517, Lutero pregou na porta de uma igreja de Wittenberg, na Alemanha, um manifesto com 95 teses em que atacava não só a venda de indulgências, como também outros procedimentos da Igreja Romana, como a negociação de cargos eclesiásticos. O papa Leão X exigiu então uma retratação do padre, ameaçando condená-lo por heresia. Porém Lutero não voltou atrás e rompeu com Roma, dando início então à chamada Reforma Protestante, movimento que se espalhou pela Europa, impulsionado pela maior flexibilidade religiosa que oferecia e o apoio de diversos estados, já há muito enfadados pela política eclesiástica romana.

Tempos depois, as nações que iam aderindo ao protestantismo tiveram éxito em toda parte. A Prússia protestante se estava tornando o mais poderoso e mais eficiente estado na Alemanha. A Inglaterra protestante foi a primeira potência industrial, vencedora de Napoleão, centro do mais rico império comercial que o mundo já vira. Os Estados Unidos, também protestantes, eram o poder em ascensão no Ocidente. Não seria esse laço entre a fé cristã reformada e a prosperidade uma prova do favor divino – ou, pelo menos, uma lição valiosa de sociologia religiosa? Muitos escritores em países católicos, especialmente na França, exprimiram os seus medos de que o protestantismo estivesse tomando conta do mundo, e o seu desejo de que o catolicismo adotasse as características protestantes mais socialmente úteis. Os serviços protestantes eram solenes, mais decentes, impressionantes em sua simplicidade, marcados por leitura na língua vernácula e por sermões bem construídos. O catolicismo, em contraste, guardava a religiosidade embaraçosa do mundo medieval, e de fato, da antiguidade: incenso, lâmpada e velas, vestimentas fantásticas, relíquias e estatuas e uma linguagem litúrgica que poucos entendiam. (ver Paul Johnson, História dos Judeus, pag 333).


"Os Estados protestantes tendem a ser os principais beneficiários desta série internacional de movimentos religiosos. Eles poderiam ter uma religião oficial, mas tendem a ser mais tolerantes. Raramente praticavam perseguição sistemática. Não havia neles o equivalente a inquisição. Eles não eram clericalistas. Permitiam que os livros circulassem com mais liberdade. Não abusavam o comercio com o direito canônico. Eles aceitaram a religião "privada" e colocaram o casamento e a família, no meio da mesma. Portanto, melhor se harmonizavam em uma comunidade capitalista. Em última análise, as sociedades protestantes apareceram para alcançar muito mais sucesso do que a católica, na medida que se desenvolvia o sistema capitalista. Esta questão já foi observada em 1804 por Charles de Viller em seu Charles de Viller en su Essai sur l'esprit et l'influence de la réformation de Luther".(Paul Johnson, em História do Cristianismo, pag 282,283 edição de 2010).


A medida que o poder institucional da Igreja Romana vinha diminuindo, a liberdade pregada por Lutero acabaria abrindo espaço para o surgimento de várias correntes religiosas. "O protestantismo tem uma pedra fundamental: a autonomia. A idéia de que só Deus salva, a subjetividade do indivíduo e a possibilidade de assumir e viver as diferenças vai gerar uma variedade enorme de igrejas", diz o cientista da religião João Décio Passos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Isso nos ajuda a entender por que hoje existem tantas ramificações entre os protestantes.


Luteranos


A ruptura de Luterano com os católicos, em 1517, lançou as bases para a expansão do protestantismo. Os luteranos condenavam o comportamento moral dos padres católicos e acreditavam que a salvação estava nas escrituras sagradas.


Presbiterianos


Inspirados no teólogo fracês João Calvino (1509-1564), pregavam a predestinação divina: ou seja, só os eleitos por Deus se salvariam. O teólogo holandês James Arminius (1560-1609) criaria depois outra vertente do presbiterianismo: o Arminianismo


Anglicanos


O rei inglês Henrique VIII (1491-1547) queria anular seu primeiro casamento para se unir a outra mulher. Após a recusa do papa Clemente VII, ele rompeu com a Igreja Católica e criou a anglicana em 1534, ficando livre da interferência papal


Batistas


O movimento anabatista já existia quando Lutero começou a questionar a Igreja Católica. Mas, como outras correntes protestantes, o movimento só ganhou expressão após a Reforma. Acabou dando origem à Igreja Batista


Metodistas


Surgiram na Inglaterra no século 18, propondo reformar a Igreja Anglicana. Baseadas na crença da salvação pela fé em Cristo, as idéias metodistas não conseguiram mudar os anglicanos, mas deram origem a uma nova corrente protestante


Pentecostais


Começaram a aparecer no início do século 20 como uma dissidência dos metodistas. Em 1910, foi fundada a Congregação Cristã do Brasil; no ano seguinte, a Assembléia de Deus, e em 1962, Deus é Amor. Os pentecostais crêem na cura pela fé


Neopentecostais


Fazendo parte do grupo a Igreja Universal do Reino de Deus, de 1977, e a Igreja Renascer em Cristo, de 1986. Os neopentecostais têm em comum a adoção da mídia para pregar aos fiéis, além dos cultos espetaculares e a realização de exorcismos.
Licenciado e Pós-graduado em História. Bacharelando em Teologia. Cristão de tradição batista e acadêmico em apologética cristã...
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