A necessidade da apologética

Porque devemos ser apologistas além de efetivos evangelistas? Bom, pra começar, por que todo evangelista eficaz deve por obrigação ao seu chamado ser um apologista.

Qual a necessidade da apologética? Porque ser um apologista?

Porque devemos ser apologistas além de efetivos evangelistas? Bom, pra começar, por que todo evangelista eficaz deve por obrigação ao seu chamado ser um apologista.

A evangelização deve ser levada um passo adiante quando passamos a defender e dar razões daquilo que pregamos e ensinamos. Por meio da apologética oferecemos as ferramentas para que nossa fé seja defendida e assim oferecemos suporte para todo aquele que tenha suas dúvidas quanto a fé cristã, possa então ter seus questionamentos respondidos e venha a ter convicção de que aquilo em que se crê, não é algo frágil que possa ser derrubado com simples questionamentos ou até fortes ataques.

Defender a fé é tão importante quanto a evangelização pois nesses últimos tempos, inúmeras novidades tem surgido assim como antigas mentiras contra a fé cristã, e isso tem minado a muitos, tornando-os prezas fáceis para o engano e apostasia. Por isso devemos de fato defender as ovelhas e afugentar os lobos. Logo, se acomodar achando que basta apenas pregar o evangelho, seria o mesmo que alimentar uma ovelha e deixa-la desprotegida para que lobos a encontrem indefesa e a arrebatem do rebanho que foi nos confiado como sacerdotes a serviço do nosso SUMO SACERDOTE Jesus Cristo.

Portanto, não há desculpas para não ser um apologista. Muitos dentre nós se limitam apenas em dizer o que todos já sabem.. "Jesus te ama e quer te salvar". Mas daí que entra a necessidade da apologética quando surgem questões como quem é Jesus, que salvação ele oferece, porque não outros caminhos que não apenas ele? E daí outras questões do tipo, ...como ter certeza disso? Como explicar e transmitir essa verdade de maneira clara e objetiva mesmo contra críticas e oposições que aparentemente enfraquecem aspectos da mensagem a ser transmitida? E é aí que está a necessidade da apologética.

Ora, ser apologista é denunciar o erro, a apostasia, é explicar a fé, defender nossas convicções e apresentar uma base firme e bem fundamentada para nossas alegações evangelísticas e assim dessa forma, nas palavras do Apostolo Paulo, estaremos "Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;" 2 Coríntios 10:5

Esse é o mesmo Paulo que aconselha a Timóteo para que defenda a fé contra as distorções de ensinos de espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1Tm 4), bem como sobre a necessidade de preservar a fé sadia (2Tm 4:5), pois chegariam os dias da apostasia em que não suportariam a sã doutrina (2Tm 4:3).

O mesmo Apóstolo além de evangelizar levando multidões a Cristo, também por inúmeras vezes discutia sobre a fé cristã todos os dias nas praças (At 17:17), todos os sábados nas sinagogas com os judeus (At 18:4), e ainda não se escusava de na escola de Tirano, ensinar outros a defender a fé que viviam (At 19:9).

Nosso Cristo também não se escusava de ser um exímio apologista denunciando o erro e reprovando os desvios da fé, quando enfrentava os religiosos de sua época e até mesmo depois quando fala contra os falsos apóstolos DENTRO DA IGREJA (Ap 2:2), contra a sinagoga de satanás DENTRO DA IGREJA (Ap 2:9), contra a doutrina de Balaão DENTRO DA IGREJA (Ap 2:14), contra a doutrina dos nicolaítas DENTRO DA IGREJA (Ap 2:15), contra a falsa profetiza Jezabel DENTRO DA IGREJA (Ap 2:20), contra pessoas DENTRO DA IGREJA que estão envoltas nas coisas de satanás (Ap 2:24), contra pessoas DENTRO DA IGREJA que se contaminaram e apenas umas poucas que não se contaminaram (Ap 3:4), e contra o materialismo, comodismo, pensamento politicamente correto e apatia DENTRO DA IGREJA (Ap 3:15,16).

Seguindo o exemplo de Jesus e de Paulo, os primeiros líderes do inicio do cristianismo também não hesitaram quando o assunto era defesa da fé. Homens como:

 INÁCIO DE ANTIOQUIA DA SÍRIA (35-108 d.C.) que lutou contra o gnosticismo e a favor da unidade da Igreja;

POLICARPO (69-155 d.C.), discípulo do apóstolo João, que lutou contra a heresia do marcionismo chamando Marcião de “primogênito de Satanás”, lutando contra hereges e pela defesa da fé e resistindo até o fim de sua vida, não negando a Cristo e declarando: “Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e Ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou?”. Foi queimado na fogueira e ao não morrer ali foi apunhalado ate a morte;

TERTULIANO (155-220 d.C.), que combateu o gnosticismo, defendeu a Trindade a Divindade de Cristo contra as seitas que distorciam a ortodoxia da Bíblia, escrevendo a obra “Apologética”;

JUSTINO MARTIR (100-166 d.C.), grande apologista e um dos principais defensores da fé na história da Igreja. Escreveu várias obras, como: Primeira Apologia, Segunda Apologia e o Diálogo com Trifo, o judeu;

IRINEU (130-202 d.C.), que escreveu contra os apóstatas, contra o gnosticismo e contra o marcionismo. Sua principal obra foi Adversus Haereses (Contra Heresias), escrita entre 182 e 188 d.C.;

ORÍGENES (185-254 d.C.), grande erudito que escreveu aproximadamente seis mil pergaminhos sobre a Bíblia, incluindo escritos sobre as variantes textuais da Escritura, que é um assunto extremamente importante para a Defesa da Fé;

AGOSTINHO DE HIPONA (354-430) que escreveu mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas, entre os quais muitas obras foram produzidas para combater o maniqueísmo, platonismo, donatismo, pelagianismo e defender a Trindade contra as distorções e heresias. Escreveu, ainda, De Haeresibus, que é uma história das heresias. Dentre seus muitos escritos apologéticos está a famosa De Civitate Dei (A Cidade de Deus);

JOÃO CRISÓSTOMO (347-407), conhecido como “boca de ouro”, por sua eloquência. Destacou-se por pregar contra a falta de moralidade em seus dias e contra a não interpretação “literal” (histórico-gramatical) da Escritura, e defender que a moral e religião deviam andar juntas, assim como a cruz e a ética;

TEODORO (350-428), conhecido como “o príncipe dos exegetas antigos”. Defendeu a interpretação histórico-gramatical, conhecida na época como “literal”. Combateu o método de interpretação alegórico, que hoje é utilizado pelo Movimento da Fé;

EUSÉBIO DE CESARÉIA (260-340), que combateu o arianismo. Sua obra “História Eclesiástica” é de suma importância para o conhecimento histórico da Igreja e para a Defesa da Fé.


Portanto que direito temos para não seguirmos tais exemplos em defesa da fé, em defesa do Evangelho? Se ainda resta dúvidas sobre ser ou não ser um apologista  achando que isso contraria o ministério de pregação do evangelho, não esqueçamos do que está escrito e tido como necessário a ser escrito para nós:

"Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé uma vez por todas confiada aos santos." Judas 1:3


E nas palavras do Apostolo Paulo concluo essa postagem para deixar bem claro de nossa necessidade em defender a nossa fé tanto quanto pregamos o evangelho:

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: PREGA A PALAVRA, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4:1,2)



Att: Elisson Freire
Licenciado e Pós-graduado em História. Bacharelando em Teologia. Cristão de tradição batista e acadêmico em apologética cristã...
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