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Ad Verecundiam

Refutando a apologética católica



Ad Verecundiam
Por Thiago dutra




Quando a conclusão do argumento se baseia exclusivamente na credibilidade do autor da proposição e não nas razões que ele apresentou para sustentá-la, o apelo torna-se evidente, e se caso existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor de uma conclusão contrária ao apelo, este deve ser rejeitado por não ter validade alguma.

Ainda que as vezes seja apropriado citar uma autoridade para sustentar uma objeção, contudo na maioria das vezes não o é, principalmente quando a intenção é concentrar o argumento na notoriedade ou autoridade de quem é citado como apelo, sem focar no conteúdo do argumento em si. Tal recurso muito utilizado em debates e dissertações apologéticas tem pouca validade e credibilidade devido ser tendenciosamente usado para favorecer a própria objeção de quem recorre a esta falácia em detrimento de seu contraditor.

Este recurso falacioso remonta as discussões da Idade Média quando a conclusão de algo ser ou não verdade vinha apenas da autoridade de quem diz e não de provas mostradas e analisadas com o uso de raciocínio independente e imparcial. E por ser um recurso falacioso muito usado em debates por militantes católicos contra nós, faz-se necessário uma abordagem sobre esse apelo a autoridade identificado como AD VERECUNDIAM, uma falácia dentre as tantas usadas por pessoas de caráter fanático e ignorantes seletivos, onde eles dizem que, o que a igreja católica romana - ICR - fala, está certo, porque ela disse e fim de papo, afinal..., como eles vociferam aos quatro ventos, “A igreja - romana na cabeça deles - é a coluna e sustentáculo da verdade.”. E ai de quem discordar!

Portanto neste artigo estarei esmiuçando a migalhas essa falácia católica, e demonstrando, à luz da Palavra de Deus o fato de que, o que um indivíduo ou grupo religioso diz, não pode ser sumariamente aceito como verossímil e fidedigno por que foi ele quem disse, ou determinada religião quem disse, sem que haja uma análise do conteúdo da afirmação ponto a ponto. Pois como observado acima, havendo prova e demonstração que contrarie o apelo, ele se torna uma falácia sem valor algum.

 Vamos começar, tomem seus assentos, e preparem a pipoca, o filme vai ser longo!

Começaremos com:

O USO DE VELAS NA IGREJA ROMANA

O uso de velas começou na igreja começou por volta de 320 d.C, e antigamente, servia meramente como ornamento e iluminação - ora, não havia luz elétrica, iam iluminar a igreja como? -, o “X” da questão não está aí, e sim na finalidade do uso das velas, da maneira que elas foram introduzidas no culto cristão ao longo dos tempos, em especial pela igreja de Roma.

Mas a resposta católica de acordo com o “site” Caiafarsa:

A VERDADE:O uso de velas é bem anterior ao Cristianismo.
Alguns sites nos ensinam que o uso de vela (ou coisa parecida) começou há mais de 50.000 anos atrás.
Para que não digam que este é um costume importado do paganismo informo que o uso de velas (ou coisa parecida) está registrado tanto no Antigo como no Novo Testamento:
.“Farás um candelabro de ouro puro… Far-lhe-ás também sete lâmpadas. As lâmpadas serão elevadas de tal modo que alumiem defronte dele” (Ex 25, 31.37) “O Senhor se refere à luz que brilha sobre um candeeiro” (Mt 5, 15).“Cristo aparece entre candelabros“ (Ap 1, 13; 2, 1).
 Fonte: https://caiafarsa.wordpress.com/320-comecam-a-usar-velas-nas-igrejas/


De acordo com o que vemos, eles dizem que esse costume era anterior à era Cristã e por isso a igreja católica está certa em acender velas aos “santos” e a Deus, vejamos o que disse esse site católico:
Uma vela acesa a Deus simboliza, portanto, a adoração e a entrega total de quem a acende ao Deus Todo Poderoso, Senhor e Criador de todos os seres. Uma vela acesa a um santo tem o mesmo simbolismo, só que este sacrifício é oferecido a Deus por intermédio daquele santo. É claro que está longe de ter o mesmo valor do sacrifício eucarístico, cujo valor é infinito, visto que por ele é o próprio Homem-Deus que se oferece a seu Pai. Mas nem por isso deve ser desprezado ou abolido. Deve-se, sim, evitar a má interpretação e o exagero, isto é, evitar dar-lhe maior valor do que ele tem. Vela acesa é, pois, símbolo de consumação.Símbolo de Cristo, Luz do mundoA vela acesa tem também outro simbolismo. Irradiando luz iluminadora, simboliza Cristo “Luz do mundo”, conforme ele próprio se qualificou. Por isso, nos ofícios litúrgicos, usam-se velas acesas, sobretudo durante a semana santa e o tempo pascal.(...)A vela acesa, enquanto rezamos, tem como idéia básica a “LUZ” como oposição às “trevas” está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como “Luz para iluminar as nações” (São Lucas, 2,20). Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: “O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam na sombra da morte resplandeceu uma Luz” Is 9,1. Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou seu filho Jesus no templo de Jerusalém. (Lc. 2, 22-32:). Também Jesus identificou-se a si mesmo com estas palavras: “Eu Sou a LUZ do mundo, aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida” Jo 8,12.”[Fonte]


Mas será que isso é mesmo verdade? Vamos destrinchar essa história passo a passo e constatar que NEM JESUS NEM OS APÓSTOLOS ORDENARAM QUE SE ACENDESSEM VELAS OU LÂMPADAS NA IGREJA.
No Antigo Testamento, Menorá (no hebraico: מנורה - menorah - "lâmpada, candelabro"), é um candelabro de sete braços, é um dos principais e mais difundidos símbolos do Judaísmo. Originalmente era um objeto constituído de ouro batido, maciço e puro, feito por Moisés para ser colocado dentro do Santo Lugar - átrio intermediário entre o Átrio Exterior do Santuário e o Santo dos Santos - juntamente com o Altar de Incenso e a Mesa dos Pães da Proposição. Diz-se que simboliza os arbustos em chamas que Moisés viu no Monte Sinai. Em cima do candelabro de ouro, existiam sete candeias para manter óleo, que era aceso para iluminar o Santo Lugar todo tempo. Pode se entrar no Santo Lugar apenas erguendo e abrindo a entrada do Tabernáculo tecida de fios azul, púrpura, escarlate, e tecido de linho retorcido. Aqueles que podem entrar neste lugar são só as pessoas que crêem nas obras de salvação manifestadas nos fios azul, púrpura e escarlate. Como tal ninguém pode entrar no Santo Lugar sem esta fé, por ele ser um lugar que é permitido só para os que conhecem o mistério dos fios azul, púrpura, escarlate e tecido de linho retorcido manifestados na entrada de cortina do Tabernáculo.
Basicamente, o candelabro tão somente simbolizava a Luz de Deus na nação de Israel, o que a distinguia sobre as demais, uma vez que o Deus YHWH de Israel, é único e verdadeiro - Deuteronômio 6:4 -, o seu significado estava ligado à nação de Israel, que fora levantada por Deus para ser "luz para os gentios". Esta idéia é clara em Isaías 42.1, 6:

"1 Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios. 6 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios".
Na verdade Deus criou a nação de Israel com um propósito específico, ou seja levar o Seu nome a todas as nações da terra. É desta maneira que entendemos a chamada de Abraão, e a promessa a ele de ser bênção para as nações, "...e em ti serão benditas todas as famílias da terra"- Gênesis 12.3b. Era um aparto construído especialmente para trazer luz para o interior do Tabernáculo. Não precisamos dizer que sem o Castiçal, o Santuário ficaria complemente imerso na escuridão! Por esta razão entendemos que a principal e única função do Castiçal, era a iluminação do recinto sagrado, haja vista que não existia luz elétrica.
Não é por acaso que Deus usa uma expressão semelhante ao comissionar Paulo como pregador aos gentios: "porque assim nos ordenou o Senhor: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra", Atos 13.47. 
Depois dessa pequena explanação sobre o castiçal e seu uso na liturgia judaica, vamos à parte que nos interessa. Ora, Paulo disse claramente que as coisas da antiga aliança eram “sombras das coisas futuras” - Colossenses 2:17 -, e mais acrescenta o escritor ao Hebreus:

Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.” Hebreus 10:1
Lembrando que os católicos dizem que “Uma vela acesa a um santo tem o mesmo simbolismo, só que este sacrifício é oferecido a Deus por intermédio daquele santo.”, mas se eles usam o candelabro como justificativa para acender velas na igreja, no Antigo Testamento seu uso era TOTALMENTE DIFERENTE, e em momento algum era destinado a oferecer “sacrifícios” por intermédio de pessoas que partiram, ele simplesmente simbolizava a presença do Deus verdadeiro no meio dos Hebreus, e tinha como finalidade primordial ILUMINAR O TEMPLO.
Portanto, não é o ato de acender lâmpadas em si, mas a FINALIDADE DESSE ATO, E SUA SIMBOLOGIA NO CATOLICISMO. Acender lâmpadas aos mortos era um costume PAGÃO, conhecido como Samahim - pronuncia-se “sou-eN”. O Samhain é também o antigo Ano Novo celta / druida, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retornavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazer contato e receber mensagens do mundo dos espíritos.

A versão “cristã” - entenda-se como interpolação da igreja romana - desse rito pagão é o Dia de Todos os Santos (1o de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação católica ao antigo Festival dos Mortos, e é observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.

Justiça seja feita, meus correligionários estavam mal informados quando acrescentaram o termo “parafina” no uso de luminária na igreja, haja vista que a parafina em si foi descoberta no século XVII pelo Dr. Karl Ludwig Freiherr von Reichenbach, entretanto meus amados, o uso de velas sob justificativa de aparência de piedade e religiosidade não encontra espaço à luz da Palavra de Deus, pois como demonstrei acima, acender lâmpadas os mortos era - e é - costume PAGÃO, não se faz necessário acender velas como símbolo da luz de Cristo, uma vez que Cristo é Deus, e uma simples vela nem de longe pode representar a glória de Deus, que enche toda a Terra, e irradia como o Sol - Isaías 6:3, Apocalipse 1:16. Além disso, Jesus estar andando entre os sete castiçais de outro que SIMBOLIZAVAM as sete igrejas - Apocalipse 1:20 - não abre espaço pros católicos se valerem da justificativa de acender velas na igreja com a finalidade que elas são usadas. Da mesma forma, não se precisa acender velas simbolizando a luz dos santos de Deus, uma vez que Jesus disse:

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se coloca o candeeiro debaixo do alqueire, mas sobre o velador para que ilumine a todos.”

Mateus 5:14,15
Vejam que Jesus falou em METÁFORAS sobre como o crente deve se portar perante o mundo, como luz nas trevas, não de acender velas na igreja como meio de prece a Deus enviada por um cristão desencarnado. Os crentes fiéis sejam os peregrinos na terra, ou remidos no céu, são como os astros, eles tem LUZ PRÓPRIA, ainda que seja o reflexo da glória de Deus, como a Lua reflete a Luz do Sol. Eles ainda buscam se justificar mostrando igrejas protestantes com velas acesas como parte de sua ornamentação, mas esquecem do detalhe minúsculo de que as velas nas igrejas protestantes NÃO POSSUEM A MESMA FINALIDADE E USO QUE É ENCONTRADO NO CATOLICISMO ROMANO, isso não passa de um espantalho.
Vejam o que ironicamente o livro apócrifo de Baruc diz:

E acendem mais luzes do que eles mesmos precisam, enquanto que os deuses não podem vê-las, porque são apenas quais vigas de seu templo, cujo coração está também corroído.”(Baruc:18,19 - parte a).

Embora isso fosse referente a deuses pagãos, é exatamente esse o tratamento dado pelos católicos aos santos desencarnados/mortos fisicamente, uma vez que depois da morte se segue o juízo - Hebreus 9:27 - acender velas aos mortos e para os mortos se mostra completamente inútil, pois o elo com esse mundo é quebrado após a morte física - Lucas 16:26 - então esperar que os santos canonizados pelo Vaticano enxerguem a luz de uma velinha não passa de ilusão.
Portanto, a motivação dos católicos em acender velas na igreja está COMPLETAMENTE ERRADA.
Dito isso, qual a base que eles usam pra dizer que acender velas aos mortos na igreja tem base Bíblica?
“ORA PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”

Essa desculpa não vai mais colar aqui, lamento. Próximo...

......................
Agora vamos falar sobre a:
VENERAÇÃO AOS ANJOS E AOS SANTOS MORTOS/DESENCARNADOS



Isso começou em torno de 375 d.C. Bom, qualquer um que se aventure a conferir as presepadas ensinadas pela igreja romana, sabe que esse é um dos mais importantes - e heréticos - ensinamentos dela, vejam o que o Catecismo declara:
A Igreja venera os anjos que a ajudam em sua peregrinação terrestre e protegem
cada ser humano.”
Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; fazemo-lo ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão entre os cristãos da terra nos aproxima de Cristo, da mesma forma o consórcio com os santos nos une a Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça, promana toda a graça e a vida do próprio Povo de Deus".
"Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que secelebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos,caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e doTabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um hino deglória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com ele na glória." (C.I.C, Parágrafos 352, 957 e 1091)


Um dos malabarismos teológicos mais usados pelos apologistas católicos é exatamente o trocadilho de palavras adorar/venerar, o qual eles querem nos fazer acreditar a todo custo que não são termos sinônimos, mas quem conhece um pouco de apologética e/ou estuda o significado das palavras, sabe bem que isso não é verdade, observem o que diz o Dicionário Larousse:

Adorar

v.t. (Lat adorare)

        Render culto a uma divindade; venerar
        Amar exageradamente

Venerar

v.t. (Lat venerare)

        Render culto a; reverenciar
        Ter grande consideração; respeitar

Não preciso dizer mais nada não é mesmo? Ora meus caros, o problema não está em fazer menção da memória dos homens piedosos e tementes a Deus, a própria Bíblia faz menção dos heróis da fé, para que imitemos seu exemplo - Hebreus 11:4-40 - o problema está no CULTO RELIGIOSO a eles oferecido pelo catolicismo, o qual eles chamam de DULIA. Já vi muitos católicos desinformados - ou desonestos mesmo - usarem do artifício de que DULIA é HONRAR, isso pode ser achado inclusive em sites católicos, eis aqui a dita citação com fonte:

“Em grego, o termo “douleuo” significa “honrar” e não adorar. No sentido verbal, adorar (ad orare) significa simplesmente orar ou reverenciar a alguém.”

Agora vejam o ABSURDO que vem por aí:

“A Sagrada Escritura usa o termo “adorar” em várias acepções, tanto no sentido de douleuo como de latreuo” [Fonte]


Pra você ver até onde a falta de estudo aplicado da Palavra de Deus pode levar alguém. Olhem o que o catecismo católico diz:

O catecismo católico afirma que:

"A vida humana unifica-se na (((adoração do Único))). O mandamento (((de adorar [[[o único Senhor]]]))) simplifica o homem e salva-o duma dispersão ilimitada. A idolatria é uma perversão do sentido religioso inato no homem.((( Idólatra é aquele que refere a sua indestrutível noção de Deus seja ao que for, [[[que não a Deus]]])))." 
(Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 2114)

Quem foi mesmo que disse que existia a ADORAÇÃO de DULIA? Pior é que ele não é o primeiro, nem será o último católico a afirmar uma sandice dessas, já ouvi isso de outro durante meus debates.

Eu falo sem medo se ser feliz que DULIA não é honrar, e uso o Dicionário Bíblico de Strong para provar isso, pois de acordo com o mesmo, DULIA vem do radical grego:

1401 δουλος doulos

de 1210; TDNT - 2:261,182; n

1) escravo, servo, homem de condição servil

1a) um escravo

1b) metáf., alguém que se rende à vontade de outro; aqueles cujo serviço é aceito por Cristo para extender e avançar a sua causa entre os homens

1c) dedicado ao próximo, mesmo em detrimento dos próprios interesses

2) servo, atendente

O Dicionário Online de Strong vai ainda mais além em sua definição etimológica, afirmando que δουλος -  doulos significa “UM ESCRAVO CATIVO, SEM QUAISQUER DIREITOS DE PROPRIEDADE SOBRE SI MESMO.”

Logo, o culto de veneração e piedade disfarçada do catolicismo não passa de ANTROPOLATRIA, ou culto às criaturas humanas, uma vez que eles se consideram ESCRAVOS dos santos desencarnados. Calvino em sua obra As Institutas faz embaixadinhas com o sofisma católico romano, vejam o que ele declara:

O SOFISMA DO CULTO DE LATRIA E DULIA

“Ainda que não ignore, nem se pode dissimular, que eles se evadem, lançando
mão de distinção mais engenhosa, de cuja menção se fará outra vez e mais plenamente um pouco mais adiante. Pois o culto que alegam render às suas imagens é
eidolondouleian  [eivdwlodouleian - serviço à imagem], negando ser eidolonlatreian   [eivdwlolatreian – adoração de imagem]. Ora, assim falam quando ensinam que se pode, sem ofensa a Deus, atribuir às representações esculturais e pictóricas o culto a que denominam dulia. Logo se julgam inculpáveis se apenas são servos das imagens, não também adoradores. Como se na verdade adorar não fosse em nada mais atenuado que servir.

E contudo, enquanto acham refúgio em um termo grego, infantilmente se contradizem
sobremodo consigo próprios. Ora, uma vez que aos gregos latreuein
[latreúein] nada mais significava senão adorar, o que dizem equivale exatamente a
uma confissão de que cultuam suas imagens, porém sem dar-lhes culto! Nem razão
há por que objetem que estou lançando-lhes armadilhas em palavras; ao contrário,
eles próprios, ao tentarem espalhar trevas diante dos olhos dos simplórios, põem à
mostra sua própria ignorância. Todavia, por mais eloqüentes que sejam, jamais
conseguirão, com sua eloqüência, provar-nos que uma e a mesma coisa são duas.”

As Institutas, Livro I, Cap XI

Calvino fuzila sem dó o embuste romanista, meus amigos. Claro que ele estava se referindo às imagens - das quais eu falarei mais adiante, e me valerei de mais algumas citações de Calvino nisso -, mas o cerne da coisa está na questão de que não se pode render culto à quem NÃO É DIGNO DESSE CULTO, eles são ESCRAVOS daqueles que já partiram desse mundo, e rendem culto também aos anjos, aqui em Fortaleza pelo menos, a igreja católica promove o que eles chamam de “festa dos arcanjos”. Aliás, eles além disso também dirigem preces aos anjos, e aos desencarnados, mas isso é assunto posterior. Sobre a questão do termo HONRAR, ele está no grego:


5092 τιμη time

de 5099; TDNT - 8:169,1181; n f

1) avaliação pela qual o preço é fixado

1a) do preço em si

1b) do preço pago ou recebido por uma pessoa ou algo comprado ou vendido

2) honra que pertence ou é mostrada para alguém

2a) da honra que alguém tem pela posição e ofício que se mantém

2b) deferência, reverência

Um exemplo disso pode ser encontrado em I Pedro 2:17:

Honrai - TIMATE -a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Ao rei honrai - TIMESATE -.”

Sobre a falácia já desmascarada, a Bíblia diz mais sobre isso:

“Pois fostes comprados por um bom preço; não vos façais escravos - douleuo - dos homens.”

1 Coríntios 7:23

Sobre a veneração aos anjos, a Bíblia não perdoa:

“Ninguém atue como árbitro entre vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando,se em coisas que tenha visto, se inchando em vão pelo seu entendimento carnal”

Colossenses 2:18

O mais irônico nisso tudo é que existe uma obra CATÓLICA que derruba todo esse argumento romanista por terra, confiram:

[...]“Não podemos dizer que a veneração dos santos - e muito menos a da Mãe de Cristo - faça parte do patrimônio original” (O Culto a Maria Hoje, 3ª edição de 1980, página 33, Edições Paulinas)

E com isso, mais um ensinamento romanista rola ladeira abaixo...

Mas venerar anjos e pessoas falecidas é absolutamente normal, agradável a Deus, não ofende sua santidade, e é apoiado pela Bíblia. Por quê?

“ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”


,,,,,,,,,,,

Vamos ao passo seguinte, derrubando mais um sofisma romanista introduzido na igreja em 787d.C, no sétimo Concílio de Nicéia:

A VENERAÇÃO DE IMAGENS E RELÍQUIAS


De acordo com o catecismo:

“Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da tradição da
Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos.
“Além da liturgia sacramental e dos sacramentais, a catequese tem de levar em conta as formas da piedade dos fiéis e da religiosidade popular. O senso religioso do povo cristão encontrou, em todas as épocas, sua expressão em formas diversas de piedade que circundam a vida sacramental da Igreja, como a veneração de relíquias, visitas asantuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças religiosas, o rosário, as medalhas etc.” (C.I.C, Parágrafos 1161 e 1674)


E ainda vemos o mesmo nos afirmar ABSURDAMENTE QUE:

O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbeos ídolos. De fato, "a hora prestada a uma imagem se dirige ao modelo Original, e "quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma "veneração respeitosa", e não uma adoração, que só compete a Deus: O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem.”
(Parágrafo 2132)


Ora, o primeiro mandamento diz:
“Não terás outros deuses diante de mim.”
Êxodo 20:3
O negócio, meus caros, é que não se trata de serem outros deuses ou não, se trata de OFERECER CULTO A ELES, PELA IMAGEM ALI REPRESENTADA, FAZER PROCISSÃO COM ELAS, AJOELHAR-SE DIANTE DELAS, E ATRIBUIR PODERES MILAGROSOS A ELAS, o que sistematicamente é um comportamento que qualquer pagão faria em relação ao seu deus.
Vejamos o que mais diz o catecismo, antes de prosseguirmos:
O mandamento divino incluía a proibição de toda representação de Deus por mão
do homem. O Deuteronômio explica: "Uma vez que nenhuma forma vistes no dia em que Senhor vos falou no Horeb, do meio do fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo..." (Dt 4,15-16). Eis aí o Deus absolutamentetranscendente que se revelou a Israel. "Ele é tudo", mas, ao mesmo tempo, ele está"acima de todas as suas obras" (Eclo 43,27-28). Ele é "a própria fonte de toda belezacriada" (Sb 1 3,3).No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituiçãode imagens que conduziriam simbólicamente à salvação por meio do Verbo encarnado, como são serpente de bronze, a Arca da Aliança e os querubins. Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que (o sétimo Concílio
ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Ao se
encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova "economia" das imagens.”(C.I.C, Parágrafos 2129 a 2131)
Cansamos de ver os católicos usarem como subterfúgio à iconolatria romana os querubins na arca, e a serpente de bronze, mas esquecem que a arca ficava no Lugar Santíssimo, longe dos olhos de todos, sendo vista apenas pelo SACERDOTE e que nenhum desses objetos era cultuado, nem se fazia petições a ele, salvo a serpente de bronze que se tornou objeto de adoração de Israel e o rei Ezequias a destruiu, mostrando claramente que Deus não tolera imagens sendo usadas na tentativa de substituí-lo (2 Rs 18:1-4).
Os apologistas católicos subestimam nossa inteligência quando propositalmente não fazem distinção entre imagens DECORATIVAS, e imagens RITUALÍSTICAS. Respectivamente, uma serve de mero adereço, sem tomar parte no culto ou celebração religiosa, ao passo que a outra é exatamente o oposto, sendo objeto DIRETO de culto e veneração, e querem que acreditemos que as imagens nas catacumbas de Roma, muitas delas de deuses pagãos, já faziam parte do culto cristão, a quem eles pensam que estão enganando?
Vejamos o que disse Calvino sobre isso:
Sou de parecer que já teria dito mais do que o suficiente acerca desta matéria,
não fosse que me deparasse com o Concílio de Nicéia,50 não aquele famosíssimo ao
qual reuniu Constantino, o Grande, mas o que foi realizado, há oitocentos anos, por
ordem e sob os auspícios da Imperatriz Irene. Ora, este concílio decretou que não apenas se deve ter imagens nos templos, mas ainda que elas devem ser veneradas.

O que quer, pois, que eu tenha dito, a autoridade deste Concílio acarretará grande
preconceito em contrário. Se bem que, para confessar a verdade, isso não me preocupa
tanto quanto que seja evidente aos leitores a que ponto se haja extravasado a
sanha daqueles que têm sido mais ávidos pelas imagens do que convinha a cristãos.
Antes de tudo, porém, desvencilhemo-nos disto: aqueles que hoje defendem o
uso das imagens alegam o respaldo desse concílio niceno. Existe, porém, sob o
nome de Carlos Magno, um livro refutatório, que, à base do estilo, se pode concluir
haver sido escrito nessa mesma época. Nesta obra, enunciam-se as opiniões dos
bispos que estiveram presentes ao concílio e os argumentos com que pugnaram.

Disse João, ao legado das igrejas do Oriente: “Deus criou o homem à sua imagem”,
e daí concluiu que, portanto, é preciso ter imagens. O mesmo foi de parecer
que nesta afirmação as imagens nos são recomendadas: “Mostra-me tua face, porque
ela é formosa” [Ct 2.14]. Outro, para provar que se devem colocar imagens nos
altares, citou este testemunho: “Ninguém acende uma candeia e a põe debaixo do
alqueire” [Mt 5.15]. Um outro, para demonstrar que a contemplação delas nos é útil,
evocou um versículo do Salmo: “Estampada foi sobre nós a luz de tua face, ó Senhor”
[Sl 4.6]. Outro lançou ainda mão desta analogia: como os patriarcas fizeram
uso dos sacrifícios dos povos, assim as imagens dos santos devem ser tidas aos
cristãos em lugar dos ídolos dos povos. A esse mesmo propósito torceram esta afirmação:
“Senhor, amei a formosura de tua casa” [Sl 26.8]. Mais especialmente engenhosa
é esta interpretação: “Como temos ouvido, assim também temos visto.” Logo,
Deus é conhecido não apenas por ouvir a Palavra, mas ainda pela contemplação das
imagens. Semelhante é o raciocínio do bispo Teodoro: “Maravilhoso”, diz ele, “é
Deus em seus santos” [Sl 68.35], e então se lê em outro lugar: “Quanto aos santos
que estão na terra” [Sl 16.3]. Portanto, isso deve referir-se às imagens!

Afinal, tão disparatadas são suas parvoíces, que a mim até me causa pejo o mencioná-las.


E ele prossegue:
Focalizo agora os portentos das impiedades, que é de admirar-se que ousem
regurgitar. O que duplamente surpreende é que não haja alguém que vocifere contra
eles, com o máximo repúdio de todos. E faz-se oportuno trazer a público este
ímpio desvario, para que o culto das imagens seja denegrido, pelo menos o pretexto
de antigüidade que os papistas alegam.

Teodósio, bispo de Amório, outrora cidade da Frígia, pronuncia anátema contra
todos os que se opõem que as imagens sejam adoradas. Outro imputa todas as
calamidades da Grécia e do Oriente a este crime: o fato de não serem adoradas.
Conseqüentemente, de que castigo eram merecedores os profetas, os apóstolos, os
mártires, em cuja época não existia nenhuma!

Em seguida acrescentam que, visto que queimam perfumes aromáticos e incenso
diante da imagem do imperador, esta honra se deve muito mais às imagens dos
santos.

Entretanto, Constâncio, bispo de Constância, em Chipre, professa abraçar reverentemente as imagens e confirma haver ele de tributar-lhes o mesmo culto de honra que se rende à Santíssima Trindade, e a todo aquele que recusar-se a fazer o mesmo, ele o anatematiza e relega à companhia dos maniqueus e dos marcionitas. E para que não penses que essa era a opinião particular de um só indivíduo, todos os demais consentem.

Ainda mais, João, o legado da igreja do Oriente, levado bem mais longe em seu
arroubo, adverte que seria preferível que se admitam todos os lupanares em uma
cidade do que a rejeitar-se o culto das imagens.

Finalmente, é estatuído pelo consenso de todos, no Concílio, que os samaritanos
eram piores que todos os hereges, mas ainda piores que os próprios samaritanos
eram os eikonomacous  (eikonomáchous – os que combatiam as imagens]. Além
disso, para que a peça não careça de seu solene Aplaudi, adiciona-se esta cláusula:
“Regozijem-se e exultem os que, tendo a imagem de Cristo, lhe oferecem sacrifício.”
Ora, onde está a distinção de latria e dulia com que costumam ofuscar os olhos
de Deus e dos homens, uma vez que o Concílio, sem exceção, prodigaliza tanto às
imagens quanto ao Deus vivo?”
(As Institutas, Livro I, Caps 14 e 16)
É, Calvino não é meigo com os católicos caros amigos, ele debulha a falácia romanista sem dó nem piedade. O VII Concílio de Nicéia escancarou as portas da iconolatria na igreja, uma vez que as imagens deixaram de servir como referência para se tornar objeto de culto, e Calvino não alisa essa atitude romanista, que tem como base camuflar seu real e herético sentido. Mas para que não fique apenas na minha opinião, nem na de Calvino, vejam o que disseram alguns dos pais da igreja sobre isso:
Cipriano de Cartago“Para quê prostrar-se diante das imagens? Eleva teus olhos ao céu e ao teu coração, aí é onde deves buscar a Deus.”(Ad Demetr, Pág 191)
Agostinho de Hipona“Que não seja a nossa religião o culto das obras feitas por mão de homem...que não seja a nossa religião, o culto dos animais. Pois são melhores que elas os mais ínfimos homens aos quais, no entanto, não devemos prestar culto. Que não seja a nossa religião  o culto dos defuntos, porque se viviam uma vida santa, é impossível crer que desejem tais honras, antes desejam que demos o nossos culto  Àquele a quem devemos ser participantes com eles da salvação. Portanto, devemos prestar honra imitando-os,  e não lhes prestando culto religioso.”(De Vera Religione, LV, 108, ML 24, 169)
Lactâncio“É indubitável que onde quer que há uma imagem, não há religião, porque não pode haver nada de celestial no que se faz da terra ...  não há religião nas imagens, mas uma simples imitação de religião.(Instituições Divinas, 2:19)
Jerônimo“Num sítio da aldeia que eu visitei, achei pendurado na porta da igreja um véu sobre o qual se encontrava pintada a imagem de Cristo, e outra de um santo e nem vi bem quem, contra a Sagrada Escritura, a imagem de um homem estava pendurada na igreja de Cristo, eu rasguei aquele véu, aconselhando o sacristão que o usasse antes para a sepultura de algum pobre(Obras de São Jerônimo, Tomo II, carta 52)
Mas essa de Clemente de Alexandria é a que mais me chama atenção:
Toda a imagem deve chamar-se ídolo porque não é outra coisa que matéria vil e profana, e por isso Deus, para arrancar a raiz da idolatria, proibiu em seu culto qualquer imagem ou semelhança das coisas que estão no céu ou na terra, proibindo igualmente a sua fabricação; é por isso que nós os cristãos não temos nenhuma daquelas manifestações materiais(Contra Celsum, v.4, Mg 11, 1185)
Adrian Fortescue escreve na Catholic Encyclopedia:
“Diferente da admissão de imagens é a questão do modo em que eram tratadas. Que sinal de reverência davam os primeiros cristãos às imagens de suas catacumbas se é que davam algum? Para o primeiro período não temos informação. Há tão poucas referências às imagens na literatura cristã primitiva que dificilmente suspeitaríamos de  sua ubíqua presença se não estivessem realmente ali nas catacumbas como o argumento mais presente. Mas estas pinturas das catacumbas  não podem nos dizer como eram tratadas. Podemos dar por certo, por um lado, que os primeiros cristãos entendiam perfeitamente que as pinturas não tinham parte alguma na adoração a Deus. O seu monoteísmo, a sua insistência no fato de que serviam somente ao todo-Poderoso e invisível Deus, o seu horror perante a idolatria de seus vizinhos, a tortura e morte que sofriam os mártires em vez de derramar um grão de incenso diante da estátua do númen do do imperador é suficiente para convencer-nos de que  não estavam construindo filas de ídolos próprios. Por outro lado, o lugar de honra que dão aos seus símbolos e pinturas, o cuidado com o que decoram,indica que tratavam as representações de suas crenças mais sagradas com pelo menos uma decente reverência. É a partir desta reverência que toda a tradição de venerar as imagens sagradas se desenvolveu gradual e naturalmente.”(s.v. Images, Veneration of. Em The Catholic Encyclopedia, Volume VII, 1910, ênfase acrescentada)
A mesma prossegue dizendo:
“Tornou-se fácil transferir para os mártires cristãos as concepções que os antigos conservaram concernente aos seus heróis. Esta transferência foi promovida pelos numerosos casos nos quais os santos cristãos tornaram-se os sucessores das divindades locais, e o culto cristão suplantou o antigo culto local. Isto explica o grande número de semelhanças entre deuses e santos”
(Enciclopédia Católica [Em inglês],Volume 9, páginas 130 e 131, art. “Legends”. Citado em Babilônia: a Religião dos Mistérios, de Ralph Woodrow, Associação Evangelística, página 35).
O Livro “Será Mesmo Cristão o Catolicismo Romano?”, de autoria do Pastor Hugh P. Jeter, publicado pela Editora Betel, 2ª impressão / 2000. Este diz à página 73:
“O édito de tolerância de Constantino, que tornou o cristianismo, a religião preferida, atraiu a afluência de milhares de adeptos das religiões pagãs. Essas pessoas foram portadoras de muitas de suas crenças, superstições e devoções pagãs. Sua adoração a Ísis, Isthar, Diana, Atena, etc. foi transferida a Maria. Dedicaram-lhe estátuas e se ajoelharam diante delas, orando como haviam feito antes às deusas pagãs. ÀS IMAGENS DE SEUS ANTIGOS DEUSES ERAM DADOS AGORA NOMES DE SANTOS (Grifo meu)
Não preciso dizer mais nada meus amigos, pois como vimos, além de nenhum autor cristão ortodoxo dos primeiros quatro séculos da igreja inculcar, promover ou defender o culto às imagens, não existe NENHUMA - eu disse NENHUMA - ordenança de Cristo ou dos apóstolos de que se coloque imagens RITUALÍSTICAS nos templos cristãos, pelo contrário:
“Sendo nós, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem.”Atos 17:29


Se encontrarem UMA PASSAGEM mostrando Cristo ou os apóstolos mostrando que se deve colocar imagens RITUALÍSTICAS nos templos cristãos, eu me converto ao catolicismo.


Em 305 ou 306 um concílio reunido em Elvira, atual Granada, estabeleceu em seu Cânon 36:
“Ordenamos que não haja pinturas na igreja, de modo que aquele que é objeto de nossa adoração não será pintado nas paredes.
Segue o texto em Latim:
Placuit picturas in ecclesia esse non debere, ne quod colitur et adortur in parietibus depingatur.”
O livro História das Religiões, op. cit. Página 820 nos diz que:

“Tudo o que ele” (isto é, o paganismo) “continha, quanto a elementos vivos, passara ao cristianismo, que, desde então, abundantemente provido de pensamentos e de fórmulas greco-romanas, se encontrava em condições de desempenhar a sua missão no mundo”

E por fim, Ludwig Ott, apologista católico, admitiu que:
“Primitivamente, as imagens não tinham outra finalidade, senão de instruir; a veneração das mesmas (por meio de ósculos, reverências, círios acendidos, incensações) se desenvolveu principalmente na igreja grega desde os séculos V ao VII.”(I.c., Ênfase acrescentada)
E conclui:
“Devido à influência da proibição de imagens no Antigo Testamento, o culto cristão das imagens desenvolveu-se apenas depois da vitória da Igreja sobre o paganismo. O sínodo de Elvira ainda proibia representações figurativas nas casas de Deus(Fundamentals Of Catholic Dogma [Rockford, Illinois: Tan Books and Publishers, Inc, 1974], p. 320)
E meus amigos, o mais absurdo de tudo, foi isso aqui:
“Conclusão: às imagens de Cristo, enquanto “imagens” de Cristo devemos dar a adoração de latria, pois essa adoração não fica na imagem, mas se dirige à realidade, que é Cristo mesmo.”
Muitos já nos disseram que os católicos não têm para com as estátuas dos santos, de Maria e de Jesus, veneração superior à que os evangélicos têm para com as fotos dos seus parentes e amigos. Porém, os clérigos do Catolicismo têm pregado que tais imagens choram, sorriem, exalam fragrância, falam, sangram e assim por diante. E isso com o apoio do Vaticano. Por exemplo, o Vaticano está apoiando a campanha intitulada Vinde Nossa Senhora de Fátima, Não Tardeis, segundo a qual, a tal estátua de Nossa Senhora de Fátima já chorou 14 vezes. Conta-se, segundo o ex-Padre Aníbal, de saudosa memória, que a estatueta de Nossa Senhora Aparecida fugiu do oratório três vezes.
O Padre Albert J. Hebert, no livro de sua autoria intitulado MARIA, POR QUE CHORAS?, publicado com permissão eclesiástica, Edições Louva-a-Deus, 3ª edição de 1.991, assegura às páginas 1, 3, 34 e 36 que as estátuas de Maria podem chorar, sorrir, sangrar, exalar fragrância e até falar(!!!). Neste mesmo livro, em abono a essa crendice, ele cita as seguintes palavras do Papa João Paulo II:“Se a virgem chora, isto quer dizer que tem seus motivos” (página 1). Contudo, alguns católicos às vezes tentam se defender, dizendo que a crença de que as imagens de Maria choram, é um ato isolado, próprio dos católicos nominais mal informados, pelo qual não é justo que a Igreja responda. Certamente foi querendo dizer isso que o Cardeal-arcebispo Dom Aloísio Lorscheider afirmou: “Eu não acredito em imagem de Nossa Senhora que chora. Os bobos correm atrás disso, pois não sabem quantas mutretas há por trás de coisas assim(revista Veja, 22/05/91).
Mas quando mostramos citações como essas aos apologistas romanos, eles partem pro apelo emocional com coisas do tipo “você não conhece o coração das pessoas!”, como se as atitudes deles, independente de serem conscientes ou não de sua gravidade, não falassem por si só, e usam uma falácia a qual chamo de “apelo à conveniência” na qual se consiste em dizer que quando um teólogo, ou pai da igreja diz algo que é contrário à posição católica romana, isso é tido como opinião pessoal, mas quando de alguma forma parece favorecer o romanismo, é tido como opinião universal, ou seja, de um jeito ou de outro, eles querem sair ganhando.
Mas usar imagens RITUALÍSTICAS nos templos cristãos, RENDER CULTO A ELAS, e prestar a elas HONRA, é absolutamente bíblico meus amigos! Por quê?
“ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”
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Posto por terra mais um sofisma, vamos em frente, vamos derrubar mais uma falácia cabeluda que tem por nome:
HIPERDULIA
Mais uma invenção sem pé nem cabeça da cúria romana, na qual eles atribuem à nossa irmã, a virgem Maria, um culto que segundo eles está abaixo de latreuo, porém acima de douleuo, que eles juram de pés juntos que é HONRAR, que eu provei lá em cima que não é, além é claro de atribuir a ela os títulos de senhora, advogada, adjutriz, mãe da igreja, arca da aliança, rainha do céu, etc. Tomás de Aquino em sua “Suma Teológica” foi quem definiu a hiperdulia a Maria como um ato de honra à mãe do Salvador:
“Dado que latria é devida exclusivamente a Deus, não é devida a nenhuma criatura em si mesma. Pois embora as criaturas insensíveis não tenham condições de serem veneradas em si mesmas, a criatura racional pode ser venerada por si mesma. Por isso, a nenhuma simples criatura racional se deve o culto de latria. E como a bem-aventurada virgem é uma simples criatura racional, não lhe é devida uma adoração de latria, mas unicamente uma veneração de dulia; de forma mais eminente, contudo, do que às outras criaturas, por ser a mãe de Deus. Por isso, se diz que lhe é devido não um culto de dulia qualquer, mas de hiperdulia.(Suma teológica, Art III, 25, 5)
Vê-se portanto, uma disposição do “doutor angélico” do catolicismo a promover a Maria um culto que não lhe é devido, que é contra as Escrituras, uma vez que somente a Deus se presta culto, de qualquer natureza - Mateus 4:10 -, além disso, a suposição infundada de que Maria era reverenciada pelos primeiros cristãos com a mesma reverência exagerada dada a ela pelo catolicismo.
O Concílio Vaticano II Decretou:
Primeiro Decreto: “Os fiéis devem venerar... a memória ‘primeiramente da gloriosa sempre virgem Maria, Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo’ ”
(Compêndio do Vativano II, Editora Vozes, 29ª edição, 2000, página 103, # 140. Grifo meu).

Ora, se Maria é Mãe de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo, então, das duas uma: Ou ela não é mãe só do lado humano de Jesus, mas também de Sua Divindade (o que é um absurdo), ou ela, além de ser mãe do Filho, é, também, mãe do Pai. E, de um jeito ou de outro, isso é o ápice da mariolatria. Foi para isso que o Concílio Vaticano II prestou;

Segundo Decreto: “Admoestamos a todos os filhos da Igreja que o culto, especialmente o culto litúrgico da bendita Virgem, se promova amplamente”
(Os Fatos sobre o Catolicismo Romano, Chamada da Meia Noite, página 67. Grifo acrescentado).
    
Como o leitor pode ver, o “primeiramente” e o “especialmente” são conferidos a Maria. Logo, Cristo está sendo marginalizado.

O Catecismo Ratifica

À página 274, do Catecismo da Igreja Católica, lemos: “Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira”. “A Santíssima Virgem ‘é legitimamente honrada com um culto especial...’ (C.I.C, Parágrafos 969 e 971)
O culto a Maria, como surgiu?
De acordo com o Livro “Será Mesmo Cristão o Catolicismo Romano?”, de autoria do Pastor Hugh P. Jeter, publicado pela Editora Betel, 2ª impressão / 2000 na página 73:
“Sua adoração a Ísis, Isthar, Diana, Atena, etc. foi transferida a Maria. Dedicaram-lhe estátuas e se ajoelharam diante delas, orando como haviam feito antes às deusas pagãs.”
O historiador Severino Vicente da Silva, professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), disse:

“As deusas celtas foram absorvidas pela figura de Maria. Onde houve anteriormente à chegada do cristianismo um culto mais organizado em torno de uma divindade feminina, Maria surge como uma intermediária entre as culturas que se chocam
 (revista Galileu, editada pela Editora Globo, dezembro de 2003, nº 149, página 22)

Ainda segundo consta da página 23 da revista Galileu supracitada, a historiadora Claudete Ribeiro de Araújo, do Centro de Estudos de História da Igreja na América Latina, afirmou que “o culto mariano nasceu ...como substituto da adoração à Grande Mãe, uma figura que pode ser encontrada em várias religiões e culturas pagãs” (Ênfase acrescentada)
O Concílio do Vaticano II (cujas decisões estão em pleno vigor, já que, depois disso não houve outro Concílio Ecumênico), visto que, nesse Sínodo, referindo-se ao culto a Maria se disse com todas as letras: “Este culto ... sempre existiu na Igreja ...(Concílio do Vaticano II, Editora Vozes, 29ª edição/2000, página 111, § 66)
No entanto, vale lembrar que, como disse mais acima, a obra católica “O culto a Maria hoje” contrapondo o catecismo católico e o Concílio Vaticano II, relata que
[...]“Não podemos dizer que a veneração dos santos - e muito menos a da Mãe de Cristo - faça parte do patrimônio original
 (O Culto a Maria Hoje, 3ª edição de 1980, página 33, Edições Paulinas)

Notaram a contradição patente leitores? Ora, se a veneração dos santos e da mãe de Cristo, não faz parte do “patrimônio original”, então os apóstolos não possuíram esse “bem”. E, sendo assim, podemos dispensar as testemunhas, visto que o réu confessou o crime, mentindo descaradamente, afirmando que “Este culto ... sempre existiu na Igreja ...”.
Bom, depois desse pequeno passeio pela história, refrescando a memória dos católicos, vamos aos radicais gregos novamente:
HIPERDULIA vem do grego
5228 υπερ huper
preposição primária; TDNT - 8:507,1228; prep

1) em benefício de, para a segurança de
2) acima, além, mais que
3) mais, além, acima
E do sufixo
1401 δουλος doulos

de 1210; TDNT - 2:261,182; n

1) escravo, servo, homem de condição servil

1a) um escravo

1b) metáf., alguém que se rende à vontade de outro; aqueles cujo serviço é aceito por Cristo para extender e avançar a sua causa entre os homens

1c) dedicado ao próximo, mesmo em detrimento dos próprios interesses

2) servo, atendente

Como disse no ponto anterior, o Dicionário Online de Strong vai ainda mais além em sua definição etimológica, afirmando que δουλος doulos significa “UM ESCRAVO CATIVO, SEM QUAISQUER DIREITOS DE PROPRIEDADE SOBRE SI MESMO.”

Ou seja, como se não bastasse eles darem a uma CRIATURA um culto que NÃO LHE É DEVIDO, eles se consideram MAIS QUE ESCRAVOS da virgem Maria, chegando a chamá-la de “nossa senhora”, se considerando em relação a ela UM ESCRAVO CATIVO, SEM QUAISQUER DIREITOS DE PROPRIEDADE SOBRE SI MESMO, sendo que a Bíblia não deixa barato uma blasfêmia dessas, e adverte nas palavras do próprio Cristo:
Não podeis servir - douleuein - a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir - douleuein - a Deus e a Mamon.”     Lucas 16:13
“Pois fostes comprados por um bom preço; não vos façais escravos - douleuo - dos homens.”
 1 Coríntios 7:23

E arremata dizendo

“Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor.
 Deuteronômio 6:4

Mas render a humilde mãe do nosso Senhor Jesus Cristo um culto de SUPER ESCRAVO, chamá-la de SENHORA ESPIRITUAL DA IGREJA, coisa que não encontra respaldo NENHUM na Bíblia é absolutamente correto! Por quê?
“ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”

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Debulhada mais essa falácia, vamos a uma das coisas mais anti-bíblicas praticadas e ensinadas pelo catolicismo romano:
OS PEDIDOS DE INTERCESSÃO AOS DESENCARNADOS
O padre André Carbonera, inegavelmente referindo-se a nós, tachou-nos de burros por não pedirmos a Maria e aos santos falecidos que roguem por nós a Deus, nestes termos:
“Em nosso peregrinar terráqueo, quanto mais pistolões houver, melhor! Por que jogar fora, então, os que pedem e rezam por nós, bem pertinho de Deus e de Jesus, como Maria e os santos? Seria uma inútil auto-suficiência e uma enorme burrice!...”(Defesa da Fé, órgão oficial do ICP – Instituto Cristão de Pesquisas_, setembro/outubro de 1998, página 28)
Assim diz o catecismo:“A intercessão dos santos. Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio": Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida.”(Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 956)
E para tentar provar isso, eles usam passagens DESCONTEXTUALIZADAS como:
Apocalipse 5:8
E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.”

Apocalipse 6:9
E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.
E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.”

Eles dizem que não consideram os desencarnados deuses, mas já cheguei a presenciar um católico falando o ABSURDO de que eles são O-NI-PRE-SEN-TES, usando como base Apocalipse 14:4 que diz:
“Estes são os que não se contaminaram com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro, aonde quer que vá. Estes foram comprados dentre os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.”
Isso mesmo, com base nisso um católico AFIRMOU serem os santos ONIPRESENTES, mas esse, como a maioria dos apologistas, seja por ignorância, ou desonestidade mesmo, omitem um detalhezinho minúsculo sobre essa passagem, que tem por nome CONTEXTO, e o CONTEXTO diz o seguinte:
E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.
Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúbem, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados;
Da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados;
Da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados;
Da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados.”
Apocalipse 7:4-8
E em Apocalipse 14, os versos anteriores dizem:
“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai.
E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.Apocalipse 14:1-3
E quem eram os 144.000? Os JUDEUS, das DOZE TRIBOS DE ISRAEL, ou os católicos romanos eram JUDEUS? Você vê cada uma da parte desses sujeitos que até Deus duvida... E a respeito de Ap 5:8 e 6:9...

Em Apocalipse 5:8, uma passagem TOTALMENTE DISTORCIDA pelos católicos para defender o que não existe, ela é um trecho cheio de símbolos baseados no Velho Testamento, encontramos mais dois. Harpas foram usadas no louvor dos judeus no templo (Salmo 43:4; 81:2), e o incenso fazia parte integral do serviço a Deus no Tabernáculo (Êxodo 30:1-9) e no templo (1 Reis 7:48-50). Nesta cena, em que os anciãos se prostram diante do Santo dos Santos celestial, eles vêm com suas harpas e taças de incenso. O significado do incenso é explicado: são as orações dos santos. Embora o altar do incenso tenha ficado do lado de fora do véu, ele pertencia ao Santo dos Santos (Hebreus 9:3-4) porque o aroma passava pelo véu e chegava à presença de Deus. Aqui entendemos que o incenso representava as orações dos santos chegando a Deus (veja Salmo 141:2).

Representava, não era de fato, entenderam católicos?
Sobre Apocalipse 6:9, outra passagem que não fala de intercessão dos desencarnados EM LUGAR NENHUM, o altar é o lugar onde podemos aproximar de Deus; lugar onde Deus vem ao encontro das necessidades humanas. Quem são esses mártires? Possivelmente os judeus, juntamente com alguns crentes gentios, que serão levados a crer devido ao súbito desaparecimento da Igreja - Ap 3: 10; 1 Ts 1: 10.
Simbolicamente, esses mártires clamarão para que se vingue o sangue deles que foi derramado. Mas isto é um símbolo. Este parágrafo reflete a necessidade moral do julgamento. Deus não seria um Deus justo se deixasse sem vingança males tão grandes. A cada um deles se conferiu um vestido branco, símbolo de sua vitória e pureza, e se lhes diz que tenham paciência, não que intercedam por ninguém, pois o tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus; há outros que ainda irão sofrer como eles. 

Essa é apenas uma pequena parte da heresia pregada por eles. Eles ainda tentam argumentar usando de espantalhos e falácias repetidas ad infinitum, falando coisas do tipo “quem disse que os santos estão mortos?” ou “os santos não estão dormindo!”, ou “os santos jamais morrerão, mas serão como os anjos.” E usam de passagens totalmente distorcidas de seu contexto, chegando até mesmo a apelar para o livro apócrifo – canônico pra eles – de Macabeus, pra dizer que os mortos intercedem pelos vivos.
 Antes de mais nada em lugar nenhum afirmamos que eles estão mortos ou dormindo, isso é um espantalho muito mais do que batido, até porque todos sabemos que a imortalidade da alma é bíblica – embora alguns evangélicos a neguem, mas não é crença majoritária. Chegam até mesmo a apelar para o episódio de Mateus 17 no monte da transfiguração, para sustentar tal tese absurda. Eles também adoram usar Romanos 8:39 que diz que nem a morte nos separa do amor de Cristo, e não fazem de propósito a distinção entre morto, e morto, achando que não sabemos a diferença básica entre mortos espiritualmente e mortos para esse mundo, e esquecem também de que no monte da transfiguração o único que falou com Moisés e Elias foi Jesus, e não os apóstolos - Mateus 17:3 - , e Pedro, fora de si, perguntou se deveriam fazer tendas pra eles, e de acordo com a tradução CATÓLICA da Bíblia “...nem sabia o que dizia”- Lucas 9:33. Mas quando lhes desmascaramos, partem para a falácia circular, como na maioria das vezes. 

Poderia rebater ponto por ponto, mas prefiro deixar outra pessoa fazer isso por mim, por isso vou me poupar o esforço de gastar meus dedos refutando essa falácia milhares de vezes rebatida, vou deixar que o demolidor de sofismas católicos romanos, João Calvino dê as honras. A epígrafe do capítulo XXI já começa dando um sopapo no dogma romanista dizendo:

A INTERCESSÃO ATRIBUÍDA AOS CHAMADOS SANTOS, NO ROMANISMO, NÃOSE FUNDAMENTA NO ENSINO DA ESCRITURA, E CONTRADIZ A SINGULARMEDIAÇÃO DE CRISTO, ALIÁS MARGINALIZADA, SE NÃO ANULADA “No que tange aos santos que, mortos na carne, vivem em Cristo, se lhes atribuímos
alguma oração, não sonhemos com isso que eles mesmos tenham outro caminho
de rogar a Deus senão Cristo, que é o único caminho [Jo 4.16]; tampouco que
suas preces sejam aceitáveis a Deus em outro nome. E assim, uma vez que a Escritura
volve nossa mente unicamente para Cristo, e já que o Pai celestial quer nele convergir todas as coisas [Ef 1.10; Cl 1.20], foi da máxima obtusidade, para não
dizer da máxima insânia querer assim engendrar-nos acesso por meio deles para quefôssemos afastados para longe daquele à parte de quem nem a eles próprios se lhespatenteia qualquer entrada. Não obstante, quem haja de negar que isto foi feito por
alguns séculos e que hoje é feito onde quer que floresça o papismo?” (As institutas, Livro III, capítulo XXI)

Sabem a desculpa esfarrapada que eles usam sobre “invocar os méritos dos santos”? Calvino também desmantela isso sem cerimônia:

“Para obter a benevolência de Deus, põem diante dele os méritos santos e, na
maioria das vezes, pondo Cristo de parte, suplicam a Deus através dos nomes deles.
Porventura, repito, não significa isto transferir para eles o ofício daquela singular
intercessão que supra reivindicamos para Cristo? Ademais, quem, quer anjo, quer
demônio, jamais atribuiu a qualquer dos homens sequer uma sílaba acerca de intercessão dessa natureza, que imaginam para eles? Ora, na Escritura não consta nada disso. Portanto, com que razão foi ela inventada? Incontestavelmente, enquanto o engenho humano busca para si, afoitamente, subsídios dos quais não é munido através da Palavra de Deus, põe à mostra cristalinamente sua carência de fé. Porque, se a consciência desses tais for invocada, os quais se comprazem na intercessão dossantos, descobriremos que isso não procede de outra parte senão porque laboram
em ansiedade, como se aqui Cristo fosse deficiente, ou fosse excessivamente severo.”
 (Idem, cap XXI)

Não preciso lembrar, que qualquer homem, por mais piedoso que seja, não tem mérito NENHUM, preciso – 1 Coríntios 3:6,7 - ? Mas deixemos Calvino prosseguir, está ficando interessante.

Acima de tudo, com essa perplexidade eles ultrajam a Cristo e o despojam do
título de único Mediador, o qual, assim como lhe foi dado pelo Pai como singularprerrogativa, assim também não deve ser transferido a outrem. E de fato com issomesmo lhe obscurecem a glória do nascimento e lhe esvaziam a cruz; enfim, tudoquanto ele fez ou sofreu, o esbulham e o defraudam de seu louvor quando, de fato,tudo tende que só ele seja tido na conta de Mediador. Ao mesmo tempo, rejeitam a
benignidade de Deus, o qual lhes é exibido por Pai; pois, não lhes é Pai, a não serque reconheçam Cristo como seu Irmão. Negam isto abertamente, salvo se refletiremem seu íntimo que ele nutre por eles fraterno afeto, do quê nada pode ser maissuave ou mais terno. Por isso, a Escritura no-lo oferece com exclusividade, nosremete a ele e nos sustém nele. Ambrósio afirma que “ele é nossa boca, através da
qual falamos com o Pai; nossos olhos, através dos quais vemos o Pai; nossa destra,através da qual nos oferecemos ao Pai. A não ser que ele interceda, nem nós, nem
todos os santos, temos alguma coisa com Deus.” - Isaque, ou da Alma, capítulo VIII, 75 (Acréscimo meu) . Se objetam, dizendo que as preces públicas que nos templos proferem são concluídas com este apêndice, por Cristo, nosso Senhor, é isso frívolo subterfúgio, visto que não menos se profana a intercessão de Cristo quando é misturada às preces e méritos dos mortos, que se for omitida inteiramente, a referência seria meramente aos mortos. Além disso, em todas
as suas litanias, hinos e jaculatórias, onde não deixam nada de honra a conferir
aos santos mortos, não se faz nenhuma menção a Cristo.”(Idem, cap XXI)

E ele prossegue:

“Mas, ainda que afastem de si a odiosidade de crime tão hediondo, entretanto com que pretexto hajam de defender os rogos que dirigem a Elói ou a Medardo, para que do céu contemplem e ajudem a seus servos, ou à Virgem Santa que ordene ao Filho que faça o que pedem? Outrora, no Concílio de Cartago, foi proibido que se fizesse súplica direta aos santos diante do altar, e é provável que, embora os santos varões não pudessem conter totalmente o ímpeto do depravado costume, onde se aplicou comedimento ao menos para que as orações públicas não fossem viciadas com esta fórmula: São Pedro, ora por nós. Quanto mais longe, porém, veio parar a diabólica insolência desses que não hesitam em transferir aos  mortos o que era próprio de Deus, e de Cristo?” (Idem, cap XXII)

Sabe aquela passagem de Jeremias 15:1 que eles adoram se valer dela pra defender o indefensável? Olhem como Calvino destrói esse argumento:

“Persistem, com a mesma prontidão, em citar outros testemunhos. Disse Deus aJeremias: “Se Moisés e Samuel se postassem diante de mim, ainda assim minha
alma não se inclinaria para este povo” [Jr 15.1]. Teria Jeremias, perguntam, falado
acerca de mortos, se não estivesse certo de que intercedem pelos vivos? Não obstante,eu concluo, em contrário, como por este texto se vê claramente que nem Moisés
nem Samuel intercederam então pelo povo de Israel, é sinal de que os mortos nãooram pelos vivos. Pois, quem dos santos se imputaria o empenho pela salvação do
povo, deixando Moisés de fazê-lo enquanto vivia, o qual a todos os demais superouneste aspecto, por ampla distância? 
Portanto, se porventura se põem a correr atrás dessas sutilezas frívolas – os
mortos intercedem pelos vivos, porquanto o Senhor disse: “caso eles intercedessem”
–, eu muito mais garbosamente argumentarei deste modo: Na extrema necessidade
do povo, não era Moisés que estava a interceder, acerca de quem se diz: “caso intercedesse.” E assim se faz patente que a bondade e paterna solicitude de
Moisés não intercedem por ninguém, uma vez que todos se encontram bem distantes
da humanidade. Aliás, eles conseguem isto com suas cavilações: eles se ferem
com essas armas com as quais se julgavam excelentemente equipados. Com efeito,
é por demais ridículo torcer assim uma afirmação simples, porquanto o Senhor está
apenas declarando que não haverá de poupar as abominações do povo, ainda que
sucedesse que Moisés e Samuel viessem a ser seus patronos, a cujas orações se
mostrasse de tal modo indulgente.

Este sentido se revela com muita clareza à luz de uma passagem semelhante de
Ezequiel: “Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó,
eles por sua justiça livrariam apenas suas almas” [Ez 14.14]; onde não há dúvida de
que desejasse indicar: “se acontecesse de dois deles voltarem a viver”, pois o terceiro
ainda vivia nesse tempo, isto é, Daniel, o qual, sem a menor sombra de dúvida,
estava na primeira flor da adolescência e é incomparável exemplo de piedade. Deixemos, pois, de parte aqueles que a Escritura mostra claramente haverem terminado sua carreira. Por isso, Paulo, quando fala a respeito de Davi, não ensina que ele ajuda a posteridade com orações, mas apenas que serviu à sua época [At 13.36]. (Idem, cap XXIII)

Sobre o apelo vão de os finados se parecerem com os anjos e por isso podem interceder, Calvino também reservou um espaço para isso:

Mas quão sem propósito é que os anjos se parecem com os santos falecidos, o
que suficientemente se evidencia à luz de tantas funções diversas mercê das quais aEscritura distingue uns dos outros. Ninguém ousará desempenhar as funções de
causídico perante um juiz terreno, a não ser que seja admitido a advogar; daí, de
onde procede tão grande petulância a vermes que impinjam a Deus patronos aosquais na Escritura não se lê que fosse outorgado tal ofício? Deus quis incumbir os
anjos do cuidado de nossa salvação, donde não só freqüentam as reuniões sacras,mas inclusive a igreja é seu teatro em que contemplam, extasiados, a variada emultiforme sabedoria de Deus [Ef 3.10]. Os que transferem a outros o que lhes épeculiar, por certo que confundem e pervertem a ordem estabelecida por Deus, aqual devia ser inviolável.” (Idem, cap XXIII) 
Mas a batata continua assando para os romanistas, quando Calvino demole esse sofisma dizendo:

“Ora, pois, mesmo que eu admita que os santos orem desse modo por nós, entretanto,nem por isso renunciam a seu sossego, de sorte que se deixem distrair peloscuidados terrenos, e muito menos deverão por isso ser invocados por nós, diretamente. Tampouco se segue que se deva fazer assim só porque os homens que vivem na terra podem mutuamente recomendar-se uns pelas orações dos outros [1Tm 2.1,2; Tg 5.15, 16], pois este empreendimento serve para fomentar neles a caridade enquanto repartem e mantêm reciprocamente, entre si, suas necessidades. E de fato
fazem isso isto em conformidade com o preceito do Senhor, não sendo destituídosde sua promessa, dois elementos que têm sempre os primeiros postos na oração.  (...)  Ora, se alguém alegar que, uma vez que foram unidos conosco em uma só fé, quenos amaram com o mesmo amor, perguntarei: quem nos revelou que tenham orelhas
tão longas, que se estendam até nossas palavras, e olhos tão perspicazes, que vejamnossas necessidades? Aliás, tartamudeiam, em suas trevas, qualquer coisa sobre o
fulgor da face divina a iluminá-los, no qual, como em um espelho, *do alto os santos
contemplam as coisas humanas.”
 (Idem, cap XXIV)

*Suma Teológica, 72, Artigo 1

Os romanistas também buscam subterfúgio na questão dos israelitas fazerem menção dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, como base pra dizer que eles pediam intercessão desse homens! Calvino põe abaixo esse sofisma ridículo também, vejam:

“Não obstante, torcem mui perversamente outros testemunhos da Escritura queadotam para defender esta sua falsidade. Ora, pois, dizem eles, Jacó roga que seunome e o de seus pais, Abraão e Isaque, sejam invocados sobre sua posteridade [Gn48.16]. Vejamos, primeiramente, de que natureza é esta forma de invocação entre os
israelitas. Com efeito, não imploram a seus pais que lhes tragam ajuda; ao contrário,instam com Deus a que se lembrem de seus servos, Abraão, Isaque e Jacó. Portanto,seu exemplo em nada respalda àqueles que costumam dirigir a palavra aos própriossantos. Na verdade, visto que esses broncos, no embotamento em que se encontram,não apreendem nem o que significa invocar o nome de Jacó, nem por que ele deva
ser invocado; não é de admirar se também na própria forma titubeiam de maneiratão pueril. Esta frase ocorre nas Escrituras não uma só vez. Ora, Isaías [4.1] diz o
nome dos homens é invocado pelas mulheres, enquanto os têm na condição de maridos, sob cuja proteção e guarda vivam. Portanto, a invocação do nome de Abraão
sobre os israelitas se situa nisto: enquanto atribuem a ele a origem de sua raça e ohonram por ilustre memória como seu genitor e pai.
 (...) Eles, por sua vez, enquanto em suas orações induzem lembrançadesta natureza, não se acolhem às intercessões dos mortos; pelo contrário, lançamdiante do Senhor a memória de seu pacto, no qual o Pai clementíssimo promete haverde lhes ser propício e benévolo em consideração a Abraão, Isaque e Jacó. (...) Por outro lado, quão pouco os santos se reclinam nos méritos dos Pais, comprova-
o a voz pública da Igreja no Profeta: “Tu és nosso Pai, e Abraão nos desconheceu,
e Israel nos ignorou. Tu, ó Senhor, és nosso Pai e nosso Redentor” [Is 63.16]. E
enquanto de fato assim falam, ao mesmo tempo adicionam: “Volve-te, Senhor, poramor de teus servos” [Is 63.17]; contudo, não cogitam nenhuma intercessão, mas
volvem o ânimo para o benefício do pacto. Ora, pois, quando temos o Senhor Jesus,
em cuja mão o eterno pacto de misericórdia nos foi não apenas concluído, mas também confirmado, o nome de quem anteponhamos, de preferência, em nossas orações? E, uma vez que estes bons mestres querem, com estas palavras, que os patriarcassejam constituídos intercessores, desejaria saber deles por que, em tão grandemultidão, Abraão, o pai da Igreja, não granjeia de fato entre eles sequer o mínimolugar? E sabe-se sobejamente bem de que refugo tomam para si seus advogados.
Respondam-me se é consistente que Abraão, a quem Deus antepôs a todos os outros,e a quem elevou ao sumo grau de honra, seja negligenciado e suprimido. Sem
dúvida, como fosse evidente que tal uso fora desconhecido à Igreja antiga, aprouve,no afã de esconder a novidade, silenciar quanto aos patriarcas primitivos, como se adiferença de nomes escusasse o costume recente e bastardo.” (Idem, cap XXV) 
E como disse a Epígrafe do Cap XXVI:

O FATO DE DEUS OUVIR AS ORAÇÕES DE SEUS SANTOS NESTA VIDA NÃO
PROVA O PODER DE SUA INTERCESSÃO APÓS A MORTE, ANTES NOS DESAFIA
A ORAR COMO FIZERAM.

Meu Deus!! Calvino, como ele é malvado com os católicos! Ele acaba com qualquer esperança romanista de encontrar alguma brecha que valide a intercessão dos mortos/desencarnados. Antes de prosseguir com mais algumas citações de pais como Agostinho e Irineu de Lyon, vejamos como ele conclui seu argumento com parte dos capítulos seguintes:
 “No que diz respeito à função da intercessão, também já notamos ser ela ofício
peculiar a Cristo, e que nenhuma outra oração é agradável a Deus senão aquela queeste Mediador santifica. E ainda que os fiéis mutuamente ofereçam orações diante
de Deus em favor dos irmãos, já mostramos que isso nada derroga à intercessão
única de Cristo, já que todos recomendam a Deus tanto a si mesmos, quanto aosoutros, nela igualmente se apóiam. Além disso já ensinamos que isto é nesciamente
atribuído aos mortos, aos quais jamais lemos ser ordenado que orem por nós. AEscritura nos exorta com freqüência as obrigações mútuas deste exercício; no entanto,
dos mortos nem sequer uma sílaba. Tiago, com efeito, enfeixando estas duas
injunções, que entre nós confessemos nossos pecados e oremos uns pelos outros[Tg 5.16], tacitamente exclui os mortos. Conseqüentemente, é suficiente esta única razão para se condenar este erro: queo início da oração correta provém da fé; que a fé, porém, procede de ouvir a Palavrade Deus [Rm 10.14, 17], onde nenhuma menção se faz da fictícia intercessão dos santos, visto que a superstição engendrou para si, temerariamente, patronos que não foram divinamente providenciados. Porque, embora na Escritura haja muitas formas de oração, não se encontrará nela um só exemplo que confirme a intercessão dos santos falecidos, sem a qual no papado não se tem por verdadeira e eficaz nenhuma intercessão. Ademais, é evidente que esta superstição nasceu da falta de fé, porque ou não se contentaram com Cristo como intercessor, ou o despojaram inteiramente deste mérito. E este último ponto facilmente se prova à luz de sua impudência, porquanto não pugnam, com outro argumento mais forte, ser-nos necessário o patrocínio dos santos senão em objetar que somos indignos de acesso íntimo a Deus.” (Idem, cap XXVII) 
E por fim:

Mas, ainda que a oração se restrinja propriamente a pedidos e súplicas, entretanto
é tão grande a afinidade entre petição e ação de graças, que comodamente sepodem compreender ambas sob um só nome. E de fato, as espécies de oração quePaulo enumera [1Tm 2.1] recaem sob o primeiro membro desta divisão. Rogando esuplicando, derramamos nossos desejos diante de Deus, pedindo tanto as coisasque contribuem para propagar-lhe a glória e ilustrar-lhe o nome, quanto os benefíciosque conduzem ao nosso proveito. Dando graças, com justo louvor celebramoslheas benevolências para conosco, creditando-lhe à liberalidade tudo quanto de bomnos advém. E assim Davi combinou, a um tempo, estas duas partes: “Invoca-me no
dia da necessidade; livrar-te-ei e tu me glorificarás” [Sl 50.15].” (Idem, cap XXVIII)

Isso é um verdadeiro LINCHAMENTO APOLOGÉTICO meus amigos! Mas pra não ficar só na promessa, vejam o que dizem Agostinho, João Crisóstomo e Irineu:

Agostinho “Os homens cristãos mutuamente se recomendam a Deus em suas orações. Mas
Aquele em favor de quem ninguém intercede, pelo contrário, ele mesmo é quemintercede por todos, este é o único e verdadeiro Mediador.”
                          (Contra Parmeniano, Livro II, Cap VIII, verso 16)

Igualmente, em outro lugar:

“Mas, se de fato buscares um sacerdote, ele está nos céus, onde intercede por ti aquele que na terra morreu por ti. (Idem, Cap VIII, verso 16)

“Eis a resposta mais sensata: Não é necessário pensar que os falecidos agem na realidade...”
(O cuidado devido aos mortos, cap X, 3)

“Ora, se os nossos pais nos abandonaram, como podem eles se interessarem por nossos problemas? E se ficam indiferentes, que outros mortos poderiam se inquietar pelo que fazemos ou sofremos? Assim declara o profeta Isaías: “Porque tu é que és o nosso Pai. Abraão não nos conhece, nem Israel soube de nós.

(Ibid, cap XIII, 4)

Acaso não estaríamos enganados se disséssemos que eles se encontram em lugar de absoluta tranquilidade se porventura eles se inquietassem com a atormentada existência dos vivos?

(Idem cap XIII, 5)

Essa eu achei a mais contundente:

“Portanto, as almas dos mortos encontram-se num lugar onde não podem ver o que se passa ou acontece aos homens da terra.(Idem, cap XIII, 7)

João Crisóstomo afirma que:

Porque não seria aos homens que você estaria orando , mas a Deus , que está presente em toda parte, que ouve antes mesmo da voz, quem sabe os segredos da mente . Se assim orar (isso é A DEUS) , grande é a recompensa que você receberá. Para o seu Pai, diz ele, que vê em secreto, te recompensará.”

(Homílias sobre São Mateus, Cap 19 verso 3) 

E diz mais:

Estes também novamente Ele chama hipócritas, e muito apropriadamente, porquanto eles estão fingindo orar a Deus, eles estão procurando AUXÍLIO DOS HOMENS ; vestindo o traje não de suplicantes, mas de pessoas ridículas .” 

(João Crisóstomo, Idem)

Ui, essa doeu...

E por fim, Irineu de Lyon dá a cartada final:

“Como a igreja recebeu, liberalmente do Senhor, assim liberalmente ministra e nada pede. Nada faz pela evocação dos anjos, nem por encantamentos e outras perversas artes curiosas, mas dirigindo suas orações num espírito puro, sincero e direto ao Senhor, de quem são todas as coisas, e invocando o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, ela foi acostumada a operar milagres em benefício dos homens, e não para levá-los ao erro.” (Contra as Heresias, II, 32, 5)

E como não podia deixar de ser, Calvino fecha com chave de ouro:

“Aconselhou outro patrístico que, após havermos cumprido o dever de humanidade
para com os mortos, em sepultando-os, os deixássemos descansar. Eles rompem
totalmente estes limites quando incutem a perpétua solicitude dos mortos.”

(As Institutas, Livro I, Carta ao Rei)

Eles já disseram tudo e mais um pouco que eu pretendia dizer, apenas acrescento que NÃO HÁ UMA PALAVRA, PASSAGEM, OU ORDENANÇA SEQUER EM TODA A BÍBLIA que se ordene pedir intercessão a pessoas que já partiram, e eles não poderão provar o contrário sem apelar pra tão malfadada – e refutada – tradição oral que eu vou detonar nesse artigo também, a oração não é feita através de santos virtuosos que já partiram, mas somente A DEUS, EM NOME DE JESUS CRISTO, PELA INTERCSSÃO DO ESPÍRITO SANTO – Mateus 6:6, João 14:13, Romanos 8:26,27

Xeque-mate romanistas.

Mas, pedir intercessão aos mortos para esse mundo no lugar de orar diretamente a Deus em nome de Jesus é uma atitude inteligente, e não é nada de mais gente! Por quê?

“ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”


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 Eu disse que o filme seria longo caros leitores! Mas vamos prosseguir, está ficando interessante! E agora vamos ao próximo acidente cronológico criado pela igreja romana:

A MISSA

Esse sofisma surgiu em 392, e de acordo com os católicos foi instituída pelo próprio Cristo, na última quinta feira da sua vida, antes de ser entregue a Pôncio Pilatos por Judas Iscariotes e enfim, ser açoitado e crucificado. Até ao Vaticano II, os padres celebravam as Missas em latim - procedimento praticado desde 670, pelo Papa Vitélio - e de costas para os seus fiéis; a partir daí, porém, o celebrante fica de frente para o público e se expressa no idioma dos comungantes. Ora, heresias proferidas de costas ou de frente; ditas em latim ou em qualquer outro idioma, são igualmente imprestáveis. E, diga-se de passagem, que em pleno século XX a Igreja Católica ainda não sabia que os leigos têm o direito de ouvir o clero se expressar em seus próprios idiomas. É muita ignorância, não é verdade? Não!!! Não é verdade não! O clero católico sabia e sabe o que está fazendo. E só se retratou porque chegou um momento em que esse absurdo estava expondo-o ao ridículo.

A definição de missa que nos é dada, de acordo com o site Montfort:

“A santa missa é a renovação do sacrifício que Jesus Cristo fez no Calvário. Entretanto, o sacrifício do Calvário foi feito por Jesus Cristo de forma cruenta, isto é com derramamento de sangue, ao passo que na santa missa esse mesmo sacrifício é renovado por nosso Senhor Jesus Cristo de forma incruenta, isto é sem derramamento de sangue. Na santa missa nosso Senhor Jesus Cristo se imola novamente párea nossa salvação, como ele fizera no Calvário, embora na santa missa seja sem sofrimento físico.”

E prossegue:

“Sim, o sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes, nossos ministros, sobre os nossos altares Mas quanto ao modo como é oferecido, o sacrifício da missa difere do da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele.”

Fonte:

Nas palavras do Catecismo:

O memorial recebe um sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja
celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se toma presente: o sacrifícioque Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual: "Todas as vezes quese celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi imolado, efetua-sea obra de nossa redenção." O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma
só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que seofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque nestedivino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmouma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneiraincruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".
 (C.I.C, Parágrafos 1364 e 1367)

Alguém pode me explicar como é possível Jesus DESCER DO CÉU E SE SACRIFICAR DE NOVO, num sacrifício DEFINITIVO, que NÃO PRECISA SE REPETIR? Ao que eles chamam de “mistérios da fé”, nós chamamos ABSURDO.

Os clérigos católicos alegam que os protestantes se separaram da verdadeira Igreja e, por conseguinte, da sucessão apostólica; o que prova, segundo eles, que os pastores evangélicos não são qualificados e credenciados para este ofício, e sim, meros curiosos. Isso é dito com todas as letras, pelo Padre Vicente Wrosz, que afirmou:

“...Os protestantes desligaram-se da sucessão dos Apóstolos, por isso seus pastores não recebem o sacramento da ordenação sacerdotal e não têm nenhum poder espiritual... E ninguém de nós arriscaria submeter-se à operação do coração por um ‘curioso’ autônomo... O mesmo vale na...Igreja... Apóstolos e seus sucessores, papas e bispos católicos. Só eles têm a promessa de Cristo, de serem introduzidos pelo Espírito Santo em toda a verdade...”
 (Respostas da Bíblia às Acusações dos “Crentes” Contra a Igreja Católica, Editora Pe. Reus, 48ª edição/2000, páginas 13, 26-28).

Vou me valer dessa citação mais lá na frente, apenas me atenho a dizer que como vocês viram, tanto o Site Montfort quanto o Pe. Vicente Wrosz afirmam claramente que só os bispos católicos tem algum poder espiritual, e portanto, a Santa Ceia que nós celebramos não tem validade alguma, sendo eles os responsáveis de apresentar o sacrifício da hóstia repetido nas missas ao povo e somente eles, será mesmo?

O catecismo confirma isso:
 Que se considere legítima só esta Eucaristia que se faz sob a presidência do Bispo ou
daquele a quem este encarregou. É pelo ministério dos presbíteros que se consuma o
sacrifício espiritual dos fiéis, em união com o sacrifício de Cristo, único mediador,oferecido em nome de toda a Igreja na Eucaristia pelas mãos dos presbíteros, de formaincruenta e sacramenta até que o próprio Senhor venha.
 (C.I.C, Parágrafo 1369)

E mais uma vez, Calvino vai entrar em cena, batendo no sofisma católico sem pena!

“Mostremos, pois, o que foi proposto em primeiro lugar, que aí se inflige intolerável
blasfêmia e afronta a Cristo. Ora, Cristo foi consagrado pelo Pai sacerdote e
pontífice não por um tempo, como se lêem sobre aqueles constituídos no AntigoTestamento, dos quais, como a vida fosse mortal, o sacerdócio não podia ser imortal,porque também era preciso que houvesse sucessores, os quais, de tempos emtempos, assumissem o lugar dos finados. Cristo, porém, que é imortal, mui longeestá de ser necessário que um vigário o substitua. Assim sendo, ele foi designadopelo Pai sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque, para que desempenhasse um sacerdócio que durasse e permanecesse para sempre [Gn 14.18; Sl110.4; Hb 5.6, 10; 7.17, 21; 8.11; 10.21].
 (...) Ora todos aqueles que todos os dias oferecem sacrifícios têm necessidade de sacerdotes para fazer suas abluções, que são postos no lugar de Cristo, como seus vigários e sucessores; com isso não só despojam a Cristo de sua honra, e lhe arrebatam a prerrogativa do eterno sacerdócio, mas também tentam arrancá-lo da destra do Pai, à qual não se pode assentar-se nenhum imortal sem que, ao mesmo tempo, permaneça sacerdote eterno. Tampouco aleguem que seus sacerdotecos não substituem a Cristo como já morto, mas, pelo contrário, são apenas substitutos de seu eterno sacerdócio, o qual, por essa razão, não deixa de subsistir, pois são constrangidos pelas palavras do Apóstolo demasiadamente forte para que possam assim escapar-se, isto é, muitos outros foram feitos sacerdotes porque pela morte eram impedidos de permanecer [Hb 7.23]. Logo, Cristo,que não é impedido pela morte, é único, nem tem necessidade de comparsas.
 (As Institutas, Livro IV, cap XVIII, 2)

Ai que paulada!!!! Mas ele não para meus amigos, tem mais! Ele prossegue no mesmo capítulo:

“Dissemos que a segunda virtude da missa é que ela sufoca e soterra a cruz e a
paixão de Cristo. Isto, com efeito, é mui certo: assim que se erige um altar, a cruz de
Cristo é subvertida. Ora, se na cruz ele se ofereceu em sacrifício, para nos santificar
para sempre e nos adquirir eterna redenção [Hb 9.12], indubitavelmente a força e
eficácia deste sacrifício persiste sem fim. De outra sorte, não sentiríamos por Cristo
maior reverência do que por bois e novilhos que eram imolados sob a lei, cujas oblações se diz que eram ineficazes e fracas, porque eram freqüentemente repetidas. Por isso, ou se haverá de confessar que faltou ao sacrifício de Cristo, que efetuou na cruz, o poder de eterna purgação, ou Cristo se desincumbiu, de uma vez por todas, com um só sacrifício, para todos os séculos. Isto é o que diz o Apóstolo: este Sumo Pontífice, Cristo, “aparecerá, de uma vez para sempre, na consumação do tempo, para a abolição da pecado, mercê da imolação de si mesmo” [Hb 9.26]. Igualmente: “Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre” [Hb 10.10]. Também: “com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados” [Hb 10.14], palavras às quais anexa a insigne postulação: Uma vez adquirida a remissão dos pecados, não mais resta nenhuma oblação [Hb 10.18]. Isto mesmo ele deu a entender em suas últimas palavras que pronunciou ao entregar o espírito: “Está consumado” [Jo 19.30].
 Costumamos observar como oráculos as últimas palavras dos moribundos. Cristo, estando à morte, testifica ter sido consumado e cumprido com seu único sacrifício tudo quanto era para nossa salvação. Porventura nos será permitido acrescentar continuamente outros infindos sacrifícios, como se o de Cristo fosse imperfeito, a despeito de demonstrar tão claramente a perfeição do mesmo? Quando a sacrossanta Palavra de Deus não apenas afirma, antes, até mesmo clama e também contende, que este sacrifício foi efetuado de uma vez por todas e sua eficácia permanece eterna, os que apresentam outro, porventura não o estão a acusar falsamente de imperfeição e fraqueza? Ora, a missa que foi implantada com esta norma, que cem mil vezes cada dia se realizam sacrifícios, a que visa, senão que a paixão de Cristo, mercê da qual se ofereceu ao Pai como vítima sacrificial única, jaz sepultada e submersa? (...) Quem, senão um cego, não percebe que nisso se encerra audácia de Satanás,para poder resistir e combater contra a verdade de Deus, tão manifesta e tão clara?Nem me escapa de que imposturas costuma aquele pai da mentira dissimular estasua fraude, querendo persuadir-nos de que não se trata de muitos e variados sacrifícios; antes, que um e o mesmo se repete amiudadamente. Tais cortinas de fumaça, porém, se dissipam sem dificuldade alguma, pois em toda a discussão o Apóstolo afirma que não se pode repetir nenhum outro sacrifício, senão aquele único que foi oferecido uma só vez

Nossa, eu poderia dormir sem essa... Ele divide sua argumentação apologética contra a missa em sete pontos, que transcreverei resumidamente, a partir do terceiro:

Desço agora à terceira função da missa, onde se explicará como ela anula a
verdadeira e única morte de Cristo e aí a apaga da memória dos homens. Ora, vistoque entre os homens a confirmação de um testamento depende da morte do testador,assim também por sua morte nosso Senhor nos confirmou o testamento pelo qualnos muniu da remissão dos pecados e da justiça [Hb 9.15-17]. Aqueles que neste
testamento ousam variar ou inovar algo, negam sua morte e a têm como destituídade qualquer relevância. Que é, porém, a missa, senão um testamento novo e inteiramente diferente? Por quê? Porventura cada missa não promete nova remissão de pecados, nova aquisição de justiça, de sorte que agora tantos são os testamentos
quantas são as missas? Que venha, pois, outra vez Cristo, e ratifique com outra
morte este novo testamento, ou, antes, que com infindas mortes sejam ratificados os
inumeráveis testamentos das missas. Logo, porventura eu não disse a verdade desde
o princípio, que a morte única e verdadeira de Cristo é anulada pelas missas? Alémdisso, a missa não pretende diretamente que, se possível, Cristo fosse outra vez
crucificado e morto? ‘‘Ora”, diz o Apóstolo, “onde há um testamento, necessário é
que aí intervenha a morte do testador” [Hb 9.16]. A missa exibe um novo testamentode Cristo; portanto, exige sua morte. Além disso, a vítima que é oferecida tem de sermorta e imolada. Se Cristo é sacrificado em cada missa, impõe-se que cruelmente
seja morto em mil lugares a todo e a qualquer momento. Este não é argumento meu,
mas do Apóstolo: Se houvesse necessidade de que ele se oferecesse freqüentemente,
era preciso que sofresse repetidamente desde o princípio do mundo [Hb 9.25, 26].”
 (Idem, inciso 5) Tratemos agora da quarta função da missa, a saber: ela nos arrebata o fruto que
nos advém da morte de Cristo, fazendo com que não o reconheçamos e o consideremos. Pois quem cogitaria haver sido redimido pela morte de Cristo, quando se vê na missa nova redenção? Quem confiaria que seus pecados são perdoados, quando se depara com nova remissão? Nem se evadirá quem disser que obtemos na missa, não por outra causa, a remissão dos pecados, senão porque ela já foi para nós pela morte de Cristo. (...) O próprio Cristo, quando sela na Ceia a certeza do perdão, não ordena que osdiscípulos atentem para aquele ato; antes, os remete ao sacrifício de sua morte,
significando que a Ceia é um penhor ou, como costumam falar, um memorial doqual aprendam que a vítima expiatória, pela qual Deus haveria de ser aplacado,deveria ser oferecida uma única vez. Pois nem é suficiente sustentar que Cristo é a
única vítima sacrificial, a menos que também se acrescente a imolação única, desorte que nossa fé se fixe em sua cruz.” (Idem, Inciso 6)

Continuando:

“Passo agora ao fecho, isto é, que a Sacra Ceia, na qual o Senhor deixara gravadae representada a memória de sua paixão, com a implantação da missa, foi afastada,abolida e cancelada, visto que, se a Ceia em si é uma dádiva de Deus, que devia serrecebida com ação de graças, o sacrifício da missa é engendrado para pagar a Deusum preço que ele receba como satisfação.
 (...) O sacramento nos prometia que, pela morte de Cristo, não só nos foi para sempre restituída a vida, mas somos continuamente vivificados, porquanto então se cumpriram todos os requisitos de nossa salvação. O sacrifício da missa entoa outra cantilena bem diferente:Cristo tem de ser sacrificado diariamente, para que algo de proveito nos advenha. A Ceia devia ser distribuída em reunião pública da Igreja, para nos ensinar sobrea comunhão em virtude da qual nos unimos todos em Jesus Cristo. O sacrifícioda missa rompe e desfaz esta comunhão. Ora, depois que prevaleceu o erro da necessidade
de existir sacerdotes que sacrificassem em favor do povo, como se a estesfosse relegada a Ceia, esta deixou de ser comunicada à Igreja dos fiéis segundo omandado do Senhor. Escancarou-se a entrada a missas privadas, que antes representam
uma certa excomunhão, e não aquela comunhão instituída pelo Senhor; já que osacerdoteco, visando a devorar sua *vítima separadamente, a segregou de todo opovo dos fiéis. E para que ninguém se engane, chamo missa privada aquela quepriva os fiéis de toda e qualquer participação da Ceia, anda que, de outro modo,esteja presente grande multidão de homens.” (Idem, Inciso 7)

*“Os romanos, como os gregos, faziam sacrifícios de animais; as vítimas desse culto eram chamadas hóstias
(CASTRO, Therezinha de. História Geral, , Livraria Freitas Bastos S.A.,1968, página 186, ênfase no original)

Calvino faz uma pergunta interessante no Inciso 8:

“Antes, porém, de concluir estas palavras, indago de nossos doutores misseiros, como sabem que é mais aprazível a Deus a obediência do que vítimas sacrificiais, e que ele requer (mais) que se ouça sua voz do que se ofereçam sacrifícios [1Sm 15.22], como crêem ser esta forma de sacrificar aceitável a Deus, de quem nenhum mandado receberam, e que na verdade não se vê na Escritura sequer uma sílaba que o comprove?”

De acordo com Calvino, os patrísticos, não confirmam nem validam a missa, conforme suas palavras nos mostram:

“Se alguém citar daqui e dali afirmações isoladas do contexto atribuídas aos *antigos,e com sua autoridade defenda que o sacrifício que se realiza na Ceia deva serentendido de modo diferente daquele que expomos, a isso apresentamos uma respostaconcisa: se se trata de aprovar-se a invenção de um sacrifício, como se dá namissa engendrado pelos papistas, os antigos jamais patrocinaram um sacrilégio destanatureza. De fato eles usam o termo sacrifício, mas, ao mesmo tempo, afirmamque não tinham em mente outra coisa senão a rememoração daquele sacrifício verdadeiro
e único que Cristo, como eles próprios a cada passo proclamam, nosso
único sacerdote, realizou na cruz. “Os hebreus”, diz Agostinho, *“nas vítimas de
animais que ofereciam a Deus, celebravam a profecia da vítima futura que Cristoofereceu; os cristãos, mercê da sacrossanta oblação e participação do corpo de Cristo,celebram a lembrança do sacrifício já efetuado.” (...) “...o próprio Agostinho, em muitos lugares, interpreta a Ceia como não sendo outra coisa *senão meu sacrifício de louvor. Finalmente, a cada passo nele acharás que a Ceia do Senhor não por outra razão é chamada um sacrifício, senão porque é um **memorial, uma imagem, um testemunho daquele sacrifício singular, verdadeiro e único, pelo qual Cristo fez
expiação por nós.
 (Idem, Inciso 10) *Contra um Adversário da Lei e dos Profetas, livro I, XVIII, 37; XX, 19.
 **Carta 140, XVIII, 46 e 55.  

O livro Da Fé, a Pedro, o Diácono, o qual os historiadores modernos atribuem a Fulgêncio de Ruspe (468-533), discípulo imediato de Agostinho, diz:

“Mantém mui firmemente, e de forma alguma duvides, que o próprio Unigênito, feito carne por nós, a si mesmo se ofereceu por sacrifício e vítima a Deus, em aroma suave, em
nosso favor, a quem, com o Pai e o Espírito Santo no tempo do Antigo Testamento,
animais eram sacrificados; e a quem agora, com o Pai e o Espírito Santo, com os
quais uma é sua divindade, a Santa Igreja não cessa de oferecer o sacrifício do pão
e do vinho pelo orbe inteiro. Pois naquelas vítimas carnais houve a prefiguração da
carne de Cristo, que ele haveria de oferecer por nossos pecados, e de seu sangue,
que haveria de derramar para a remissão dos pecados. Mas, neste sacrifício há ação
de graças e memoração da carne de Cristo, a qual ele ofereceu por nós, e de seu
sangue, que o mesmo derramou por nós.”

MEMORAÇÃO, não RENOVAÇÃO. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, teólogos do Montfort!

Há muitas coisas que Calvino também diz, as quais tornariam esse artigo exaustivo e extenso por demais, por isso, quero tão somente postar a conclusão com o Inciso 14, epígrafe inclusa:

O ABSURDO DA MISSA, PRETENSA REITERAÇÃO DO SACRIFÍCIO ÚNICO DECRISTO, ALIÁS, COMERCIALIZADA, E DO SACERDÓCIO ROMANISTA, QUANDOCRISTO É O ÚNICO E ETERNO SACERDOTE DO NOVO TESTAMENTO “Daí, concluo ser gravíssima afronta e blasfêmia que não se pode tolerar, tantocontra Cristo, quanto contra o sacrifício que, por sua morte, por nós consumou nacruz, se alguém, repetindo a oblação, cogite de adquirir o perdão dos pecados, de
propiciar a Deus e obter sua justiça. Que outra coisa, pois, se faz ao celebrar missas,
senão que nos fazemos participantes da paixão de Cristo pelo mérito de uma oferenda?
E para não pôr freio aos seus desvarios, julgaram ser pouco se dissessem que setornava comum o sacrifício por toda a Igreja igualmente, exceto que acrescentariamser de seu arbítrio aplicá-lo particularmente a este ou aquele, a quem bem quisessem;ou, antes, a qualquer um que quisesse comprar pelo melhor preço que pudesse pagar. (...) “Neste sentido também negamos sejam eles sacerdotes, isto é, que com tal oblaçãointercedam pelo povo junto a Deus, os quais, uma vez seja Deus propiciado,efetuem expiação de pecados. Ora, Cristo é o único Pontífice e Sacerdote do Novo
Testamento, a quem foram transferidos todos os sacerdócios e em quem foram elesconcluídos e encerrados. Ainda que a Escritura nada lembrasse acerca do eterno
sacerdócio de Cristo, uma vez que, no entanto, Deus cancelara aqueles sacerdóciosantigos, nenhum outro instituiu em seu lugar, o argumento do Apóstolo permaneceinvencível: “Ninguém toma para si essa honra, senão aquele que foi chamado porDeus [Hb 5.4]. Com que ousadia, pois, esses sacrílegos, que se gabam de ser carrascos
de Cristo, ousam chamar-se sacerdotes do Deus vivo?”
 
Faço minhas as palavras de Calvino, sem tirar, nem por.

O mais interessante, é que se os caros leitores acessarem o site Montfort, verão que ele dá uma resposta que não responde nada sobre o sacrifício de Cristo que foi ÚNICO, VERDADEIRO, E DEFINITIVO, conforme nos diz a Escritura:

“Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à Direita de Deus.”
(Hebreus 10.12).

“Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.” (Hebreus 10.14).
     
“Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta (oferenda ou sacrifício [Missa?]) pelo pecado.”
(Hebreus 10.18).

Eles se limitam a dizer somente que isso foi ordenado à igreja - romana, claro, qual mais seria?

Lembramos que o Padre Vicente Wrosz, em seu livro Respostas da Bíblia às Acusações Dos “Crentes” Contra a Igreja Católica, já citado, afirma às páginas 13-17 e 26-28, que os pastores evangélicos, por não serem ordenados pelo Papa, não são credenciados e qualificados, mas apenas “curiosos” por cujo motivo não têm poder para transformar o pão e o vinho em corpo e sangue de Jesus, razão pela qual insinua, à “base” de Jo 6.53 que nós estamos mortos espiritualmente, e ainda sente dó de nós, dizendo “que pena...”

Mas os únicos qualificados - mesmo depois dessa SARAIVADA APOLOGÉTICA contra eles - a administrar o sacramento da Eucaristia, a Santa Ceia, são os sacerdotes romanos, e a missa CONTRADITORIAMENTE é uma renovação de um sacrifício ÚNICO, Por quê? A resposta para isso todos sabemos:

“ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!”

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Aproveitando o embalo, já que falamos sobre a missa, falemos pois do sacrilégio que ela faz baseado numa falsa doutrina chamada

TRANSUBSTANCIAÇÃO

Dita pelos apologistas católicos praticada desde o início da igreja primitiva, mas na verdade decretada somente em 1215 por Inocêncio III, diz respeito à crença de que o pão e o vinho servidos na Ceia do Senhor (chamada de eucaristia) se tornam literalmente no corpo e sangue de Cristo, num processo que é chamado por eles de “transubstanciação” (transformação de substância). Cristo, para eles, é literalmente mordido, comido e dilacerado pelos fieis. A coisa é tão séria que eles são obrigados a comerem a própria alma e a divindade de Cristo!

Temos o Concílio de Trento para nos confirmar:

“Mas desde que Jesus Cristo Nosso Redentor, disse que era verdadeiramente seu corpo o que ele oferecia sob a espécie de pão, a Igreja de deus tem crido perpetuamente, e o mesmo declara agora de novo este mesmo Santo concílio, que pela consagração do pão e do vinho, se converte toda a substancia do corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, e toda a substância do pão na substância de seu sangue, cuja conversão, a Igreja Católica chama oportuna e apropriadamente de Transubstanciação.”
 (Concílio de Trento Cap. IV. Da transubstanciação - confirmado na sessão 1376 do Catecismo católico). "Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude — seja excomungado"
 (Concílio de Trento, Cânones Sobre a Santíssima Eucaristia) "Se alguém negar que aquilo que se oferece na missa não é Cristo para ser comido, seja excomungado"
 (Concílio de Trento, citado em A Igreja que veio de Roma, op. cit., p. 127)

A este respeito também diz o catecismo oficial da Igreja católica:

“Os sinais essenciais do Sacramento Eucarístico são o pão de trigo e o vinho de uva, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus durante a ultima ceia: ‘Isto é o meu Corpo entregue por vós. (...) Este é o cálice do meu Sangue (...)’” (CIC Parágrafo 1412)

“Por meio da consagração opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso está presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e seu Sangue, com sua alma e sua divindade.” (CIC Parágrafo 1413)

O "doutor angélico" da igreja católica, Tomás de Aquino sobre isso disse o seguinte:

“Por virtude deste sacramento, contém-se sob as espécies... o corpo de Cristo, com Seus ossos, nervos, etc(Tomás de Aquino, Summa Theologica _ P. III, Q. 76, Art. 1, ad. 2)

Como se isso não fosse suficiente para classificá-los junto aos atos canibais praticados pelos outros povos idólatras e pagãos, que comem carne humana mas pelo menos não chegam ao cúmulo de comerem uma própria divindade(!), o Concílio de Trento declara que, se um padre se sentir mal durante a missa e vomitar a hóstia, ele tem que engolir aquilo que pôs para fora:

"Se um padre se sentir mal durante a celebração da missa e vomitar a hóstia, deve engolir o que pôs para fora(Concílio de Trento, citando o Missal Romano, p. 58)

Em outras palavras, a Igreja Católica Romana ensina que uma vez que um padre ordenado abençoe a pão da Ceia do Senhor, este é transformado na real carne de Cristo (apesar de manter a aparência, odor e gosto de pão); e quando ele abençoa o vinho, este é transformado no real corpo de Cristo (apesar deste manter sua aparência, odor e gosto de vinho). Tal conceito é bíblico? Há algumas Escrituras que, se interpretadas literalmente levariam à “real presença” de Cristo no pão e vinho. Encontramos exemplos em João 6:32-58; Mateus 26:26; Lucas 22:17-23; e I Coríntios 11:24-25. A passagem mais citada é João 6:32-58 e principalmente os versos 53-57: “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.”

Os padres crêem tanto que a hóstia é Cristo, que lhe prestam o culto de adoração. Senão, veja as provas abaixo:

Primeira: “Exprimimos a nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pãp e do vinho,... dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. ‘A Igreja católica... professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia...conservando com o máximo cuidado as hóstias... expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão’ ” (CIC, páginas 380-381,  1378. Grifo meu).

Segunda: “Os sinais essenciais da Eucaristia são o pão de trigo e o vinho de uva, em que, por meio da consagração, dá-se a transubstanciação no Corpo e Sangue de Cristo: Ele está presente de modo verdadeiro, real, substancial nas espécies sacramentais; por isso, é-lhe devido o culto de adoração (grifo meu).

Terceira: “A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo nosso Senhor” (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, Editora Vera Cruz Ltda, 1ª edição, 1976, respondendo à pergunta 619, grifo nosso).

Quarta: Existe um panfleto católico que nos convida para uma “Tarde de Adoração ao Santíssimo Sacramento” (Grifo meu), que se realiza às quartas-feiras, às 14:00h., na Igreja de Sant’ Ana, Rua de Santana, nº1, perto da Praça 11, Rio de Janeiro_RJ.

Quinta: “...particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento (Catecismo da Igreja Católica, página 332, # 1178).

Sexta: Na festa católica chamada Corpus Christi, que é uma celebração ao “Jesus” Eucarístico, é feriado nacional no Brasil. Pára-se toda a nação em volta de uma bolacha, rendendo-lhe bolacholatria. (Só de passagem queremos fazer constar que esse feriado é uma falta de respeito aos evangélicos, bem como aos adeptos de outras confissões religiosas que não crêem nisso. Por que temos que cessar nossas atividades, deixar de faturar, por causa de uma crença alheia? Pensem nisso nossos políticos!). Não é isso cultuar a uma bolacha? A Bíblia manda fazer isso? Tem certeza? Ora, se a hóstia realmente é Jesus Cristo, tudo bem; por outro lado, se a Transubstanciação não é um fato, então o Catolicismo pratica a bolacholatria, isto é, culto de adoração a bolachas. Logo, longe de seguir cegamente os seus líderes, o católico precisa se certificar bem se essa doutrina é ou não verdadeira, visto que a Missa é das duas uma: ou um verdadeiro culto de adoração a Deus, do qual quem não participa está perdido, por estar negando adoração a Jesus; ou é um ato de idolatria. É oito ou oitenta. Pesquise, pois, a Bíblia, com humildade e oração; e só cultue à hóstia, se a Bíblia lhe convencer a fazê-lo apesar de ela não nos orientar a fazer uma bizarrice dessas EM LUGAR NENHUM.

Sétima: “No Canadá, o jovem padre Daule descuidou de umas hóstias, horrorizado viu ratos devorando-as! – Correu em direção ao bispo exclamando: ‘Os ratos comeram nosso bom Deus!’" (citado pelo padre Chinquini, sua biografia, pág. 334)

"Se um morcego engolir uma hóstia terá engolido o próprio Cristo!" (Roma, a Igreja e o Anticristo, pág 280)

A Grande Enciclopédia Francesa diz:

“Os teólogos católicos imaginaram os povos mais feiticistas e os cultos mais idólatras! – Tomam a farinha cozida e o vinho e dizem: Eis nosso Deus, comei-o!"
(La Grande Enciclopedie Française)

É meus caros, acho que já vimos horrores demais aqui... E quem vai entrar em cena agora,? O pior pesadelo dos católicos, João Calvino, que já começa detonando esse sofisma dizendo:

 A APROPRIAÇÃO DE CRISTO NA SANTA CEIA NÃO RESULTA DE CONTER-SE ELE NO PÃO, COMO QUEREM OS ROMANISTAS, MAS DA DIRETA OPERAÇÃO DO ESPÍRITO "Desço agora às misturas hiperbólicas que a superstição introduziu, porque com mirabolesca astúcia aqui se recreou Satanás, de sorte que as mentes dos homens, afastadas do céu, as imbuísse de perverso erro, como se Cristo fosse encerrado no elemento do pão. E, primeiro, a presença de Cristo no sacramento de modo nenhum deve ser sonhado como o configuraram os artífices da cúria romana, como se o corpo de Cristo fosse contido em uma presença local, para ser tocado pelas mãos, triturado pelos dentes, tragado pela boca! Ora, o papa Nicolau ditou a *Berengário esta fórmula de retração que lhe houvesse de ser prova de arrependimento, contudo em termos a tal ponto monstruosos que o autor da glosa exclama que, a menos que os leitores se precavenham prudentemente, há perigo de que daí concluam heresia pior do que foi a de Berengário." (As Institutas, Livro IV, cap 12) 
* Berengário de Tours, morto em 1088, combateu a transubstanciação e foi obrigado pelo Concílio de Latrão, em 1059, a subscrever a fórmula citada.

Ele prossegue dizendo:

"Ora, pois, como estamos longe de disputar que, de conformidade com a perpétua consistência do corpo humano, o corpo de Cristo seja finito e se mantém no céu, onde foi uma vez recebido, até que retorne para o Juízo [At 3.20, 21], assim julga- mos ser absolutamente absurdo trazê-lo de volta sob esses elementos corruptíveis ou imaginá-lo por toda parte presente. Evidentemente, tampouco isso se faz necessário para que dele usufruamos de participação, quando o Senhor nos prodigaliza este benefício através de seu Espírito: que nos tornamos com ele um só corpo, espírito e alma. Portanto, o vínculo desta conjugação é o Espírito de Cristo, de cujo nexo somos ligados e é como, por assim dizer, o canal pelo qual nos advém tudo quanto o próprio Cristo não só é, mas inclusive tem. Ora, se vemos o sol, brilhando sobre a terra com seus raios, sobre ela projetar, de certo modo, sua substância para gerar, nutrir, dar crescimento a seus produtos, por que a radiação do Espírito de Cristo seria inferior para nos trasladar à comunhão de sua carne e de seu sangue?
  Por isso, quando fala de nossa participação com Cristo, a Escritura atribui ao Espírito todo seu poder. Contudo, por muitas bastará só uma passagem. Pois Paulo, no capítulo oitavo da Epístola aos Romanos, declara que Cristo habita em nós não de outro modo, senão através de seu Espírito, com o quê, no entanto, não detrai aquela comunhão de carne e sangue da qual está agora a tratar-se, pelo contrário ensina que somente pela operação do Espírito possuímos a Cristo inteiro e o temos permanentemente em nós."
 (Idem, cap 12)

Fato é que, apesar dos pais primitivos falarem sobre a Ceia e seus elementos por alegorias, nem de longe eles queriam atribuir aos mesmos à literalidade que os apologistas católicos desonestamente dizem e tiram do contexto, muito pelo contrário, vamos tomar por exemplo, a Didaquê e Inácio de Antioquia:

Didaquê

“Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor, pois sobre isso o Senhor disse: ‘Não deem as coisas santas aos cães’.” (Didaqué IX, 5)

“Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro."

Aquele que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar, para que o sacrifício oferecido não seja profanado [Cf Mt 5,23-25].

Esse é o sacrifício do qual o Senhor disse: "Em todo lugar e em todo tempo, seja oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei - diz o Senhor - e o meu nome é admirável entre as nações".(Malaquías 1,11)” (Didaqué XIV 1-3)


“... para obedecermos ao bispo e ao presbitério numa concórdia indivisível, partindo um mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, antídoto contra a morte, mas vida em Jesus Cristo para sempre.” (Epístola aos Efésios IX, 20)

“Sede solícitos em tomar parte numa só Eucaristia, porquanto uma é a carne de Nosso Senhor Jesus Cristo, um o cálice para a união com Seu sangue; um o altar, assim como também um é o Bispo, junto com seu presbitério e diáconos, aliás meus colegas de serviço. E isso, para fazerdes segundo Deus o que fizerdes.” (Epístola aos Filadelfios III)

“Não me agradam comida passageira, nem prazeres desta vida. Quero pão de Deus que é carne de Jesus Cristo, da descendência de Davi, e como bebida quero o sangue d’Ele, que é Amor in­corruptível.” (Epístola aos Romanos VI )

“Abstêm-se eles da Eucaristia e da oração, por­que não reconhecem que a Eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne que padeceu por nos­sos pecados e que o Pai, em Sua bondade, ressuscitou. Os que recusam o dom de Deus, morrem disputando. Ser-lhes-ia bem mais útil praticarem a caridade, para também ressuscitarem.” (Epístola aos Esmirniotas VII)

“Por legítima seja tida tão-somente a Eucaristia, feita sob a presidência do bispo ou por delegado seu. Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja Católica. Sem o bispo, não é permitido nem batizar nem celebrar o ágape. Tudo, porém, o que ele aprovar será também agradável a Deus, para que tudo quanto se fizer seja seguro e legítimo.” (Epístola aos Esmirniotas)

De acordo com Rafael Rodrigues, apologista católico, era transubstanciação eucarística romana que esses exemplos falam, mas alguém poderia e dizer ONDE? É necessário muita falta de honestidade intelectual para afirmar tal coisa quando a Didaquê fala simplesmente do procedimento cristão em temor e reverência à solenidade da Santa Ceia, e Inácio apenas exaltar os benefícios, a singularidade e grandeza dos elementos consagrados, e sua importância na vida do cristão, além de usar Malaquias 1:11 como pretexto para defender essa doutrina absurda, sobre a qual Calvino ressalta:

"Ora, aqui evocam o vaticínio de Malaquias [1.11] no qual o Senhor pro- mete que por todo o mundo se oferecerá incenso a seu nome, aliás, uma oblação pura. Como se fosse coisa nova e inaudita nos profetas, quando se referem à vocação dos gentios, designar o serviço espiritual de Deus, ao qual os exortam, pelas cerimônias da lei, para demonstrar mais facilmente aos homens de seu tempo que os gentios haviam de ser introduzidos na verdadeira participação da aliança divina. De fato, tinham por costume descrever as coisas que se cumpriam no evangelho sob figuras de seu tempo. Assim sendo, em lugar de dizer que todos os povos se converterão a Deus, dizem que subirão para Jerusalém [Is 2.2, 3; Ml 4.1, 2]. Em lugar da adoracão de Deus, dizem que oferecerão oblação de todo gênero de oferendas [Sl 68.29; 72.10,11; Is 60.6-9]; em lugar de mais amplo conhecimento dele, do qual os fiéis no reino de Cristo haveriam de ser dotados, dizem que terão sonhos e visões [Jl 2.28]. Portanto, o que citam de Malaquias é semelhante a outro vaticínio de Isaías, onde o Profeta prediz que três altares haveriam de ser erigidos: na Assíria, no Egito e na Judéia [Is 19.21, 23, 24]. Ora, antes de tudo pergunto se porventura não admitem que o cumprimento desta profecia está no reino de Cristo; segundo, onde estão esses altares ou quando já foram erigidos; terceiro, sei que, afinal, acreditam que a cada um desses reinos foi destinado um templo próprio, como foi aquele hierosolimitano. Se ponderassem bem essas coisas, creio que confessariam que o Proteta está vaticinando sobre a propagação do culto espiritual de Deus a todo o orbe sob figuras apropriadas à sua época; esta é a solução que lhes damos. No entanto, visto que a cada passo ocorrem deste fato exemplos óbvios, não me preocuparei em enumeração mais alongada, ainda que também nisto desvairam miseravelmente, a saber, que não reconhecem nenhum sacrifício, senão o da missa, enquanto agora os fiéis deveras sacrificam ao Senhor e lhe oferecem uma oblação pura, da qual logo adiante se falará." (As Institutas, Livro IV, Cap 18,4) 
Lembrando que o texto de Malaquias em NADA prefigura a missa, como os católicos falaciosamente propagam, ele simplesmente fala que Deus não aceita sacrifícios mal feitos e impuros, pois isso ofende sua Santidade.

Mas deixa Calvino prosseguir, olha que coisa interessante ele segue dizendo:

"Mais discretamente se pronunciaram os Escolásticos, a quem aterrou o horror de tão bárbara impiedade, contudo nada fazem também eles próprios senão jogar com artimanhas mais sutis. Concedem que não circunscritivamente, nem de modo corporal, Cristo aí se contém, mas, a seguir, inventam uma fórmula que nem eles próprios entendem, nem podem explicar a outros, fórmula que, no entanto, a isto recebe: que se busque Cristo no que chamam a espécie do pão. E então? Quando dizem que a susbtância do pão se converte em Cristo, porventura não a afixam à brancura que aí fazem permanecer?
 Mas, de tal modo ele se contém no sacramento, que permanece no céu, dizem eles, e chamam isto uma presença habitual. Quaisquer que sejam, porém, os termos que tragam a lume para disfarçá-lo, este é o fim de todos: mediante a consagração, o que antes era pão faz-se Cristo, de sorte que a seguir, sob essa aparência do pão Cristo está oculto. Eles não se envergonham de expressá-lo até explicitamente, pois são palavras de *Lombardo: “O corpo de Cristo, que em si é visível, feita a consagração, jaz invisível e escondido sob a espécie do pão.”Assim sendo, a figura desse pão outra coisa não é senão mera máscara que aos olhos nos engana a visão da carne."
 (Idem, cap 17)

*Pedro Lombardo, Livro das Sentenças, Livro IV,Dist. 10, capítulo 2

E Calvino prossegue com sua saraivada apologética:

A FALÁCIA DA PRETENSA TRANSUBSTANCIAÇÃO, ISTO É, QUE A MATÉRIA DO PÃO SE CONVERTE NO CORPO DE CRISTO, ELEMENTO NÃO ENSINADO PELOS AUTORES DOS PRIMEIROS SÉCULOS
 "Daqui se originou aquela transubstanciação fictícia pela qual os papistas combatem hoje mais acerbamente do que por todos os demais artigos de sua fé. Pois os primeiros arquitetos da presença local não podiam explicar como o corpo de Cristo se haveria de misturar à substância do pão sem que imediatamente acorressem muitas coisas absurdas. Portanto, foi-lhes necessário refugiar-se nesta ficção: que o pão se converte no corpo de Cristo; não que, propriamente falando, o pão se converta no corpo de Cristo, mas porque este, para que se oculte sob a figura, sua substância se reduz a nada. É assombroso como puderam cair em tão classa ignorância; mais ainda, cedessem a tal estultície, que não só a Escritura refugou trazer a público tal monstro, mas também o consenso da Igreja antiga. De fato admito que alguns dos antigos às vezes faziam uso do termo conversão, não que quisessem abolir a substância nos sinais exteriores, *mas para ensinar que o pão dedicado ao mistério se afasta muitíssimo do pão vulgar, e por isso é outro. Mas, por toda parte, todos proclamam claramente que a Sacra Ceia consta de duas partes: a terrena e a celeste; e a terrena, sem controvérsia, interpretam como sendo o pão e o vinho." (Idem, cap XVII, 14)

* Cf. Cirilo de Jerusalém, Catequese, XXII, 2; Gregório de Nissa, Discursos Catequéticos, XXXVII; etc.

"Ora, o fato de dizerem que na consagração se opera conversão secreta, de sorte que o pão e o vinho são outra coisa, há pouco adverti que não significa que sejam com isto reduzidos a nada, mas que devem agora ser tidos em categoria distinta das iguarias comuns, que apenas se destinam a nutrir o ventre, quando naqueles nos são exibidos o alimento e a bebida espirituais da alma. Tampouco negamos tal coisa. Se é conversão, dizem eles, é necessário que uma coisa se transforme noutra. Se entendem que algo vem a ser o que não era antes, estou de acordo. Mas se o querem aplicar a suas fantasias e desvarios, respondam-me: que mudança crêem que se opera no batismo? Ora, também aqui os pais da Igreja declaram que ocorrem uma conversão mirífica, enquanto dizem que do elemento corruptível se opera a lavagem espiritual da alma; no entanto, ninguém nega que a água permanece água.
 Portanto, descartamos as questões de palavras, nas quais só trazem a lume sua própria estultície. Entretanto, nem outra coisa poderia enquadrar-se ao significado, a não ser que a verdade que aí se figura tivesse viva representação no sinal exterior. Cristo quis testificar pelo símbolo exterior que sua carne é alimento. Se propusesse apenas um espectro vazio de pão, não verdadeiro pão, onde estaria a analogia ou similitude que deve conduzir-nos da coisa visível à invisível? Ora, para que todas as coisas se harmonizem entre si, não podemos concluir que somos alimentados com uma vã aparência da carne de Cristo. Como se no batismo não houvesse mais que uma figura de água que enganasse nossos olhos, isto não serviria de testemunho e penhor de nossa purificação; e, o que é pior, com tão fútil espetáculo se nos propiciaria ocasião de vacilar. Em suma, a natureza do sacramento seria subvertida, a menos que no modo de significar o sinal terreno correspondesse à coisa celeste. Com isso a verdade desste mistério ficaria destruí- da, sem que houvesse verdadeiro pão que representasse o verdadeiro corpo de Cristo." (Idem, cap XVII, 14) 
Prosseguindo:

"Tampouco jamais teriam sido tão ignobilmente enganados pelas artimanhas de Satanás, se não se deixassem fascinar por este erro: que o corpo de Cristo é encerrado sob o pão; e que pela boca física é transmitido ao ventre. A causa de tão grosseira imaginação foi que entre eles a consagração equivalia a mágica encantação. Mas lhes era oculto o princípio de que o pão é sacramento somente para os homens a quem a Palavra se dirige; assim como a água do batismo em si não se muda, mas começa a ser o que não era antes assim que a promessa lhe foi anexada.
 (...) E, como de um erro nasce outro, para provar a transubstanciação foi torcida tão desesperadamente uma passagem de Jeremias, que me causa enfado referi-lo. O Profeta está se queixando de que fora posto pau em seu pão, significando que, pela crueldade dos inimigos, seu pão fora infectado de amargor [Jr 11.19]. De igual modo, com figura semelhante, Davi deplora que seu alimento fora corrompido em fel, e sua bebida em vinagre [Sl 69.21]. Estes querem que o corpo de Cristo esteja alegricamente no lenho da cruz. E assim sentiram alguns dos antigos, insistem eles. Ao que respondo que é melhor perdoar sua ignorância e sepultar sua ignomínia em vez de acrescentar a isso a impudência de tomá-los como defensores contra o sentido próprio e natural do Profeta. No parágrafo acima, nas últimas linhas ele diz:
 "Portanto, que isto permaneça es- tabelecido: estejamos certos de que não havia razão nem fundamento algum para figurar-nos na Ceia que a carne de Cristo nos é verdadeiramente alimento, se a verdadeira substância do sinal inteiro não correspondesse ao próprio sinal." (Idem, cap XVII, 15) 
Os apologistas católicos gostam também de usar a consubstanciação Luterana pra dizer que o protestantismo EM GERAL defendia essa sandice católica, como nos confirma Metzger:

Nosso catecismo nos diz: ‘É o verdadeiro Corpo e o Verdadeiro Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.’ Quer dizer que é o corpo Real e Natural. Por que enfatiza isso nosso catecismo? O faz por causa dos falsos profetas e igrejas que não querem crer no mistério da Santa Ceia. Especialmente as Igrejas reformadas, as seitas, os pentecostais, os metodistas, em suma, todas as outras igrejas protestantes fora a luterana ensinam assim. Não querem crer nas palavras de Cristo. Não querem crer que estão presentes o corpo e sangue de Cristo na Santa Ceia e que os que vem ao sacramento realmente comem e bebem estas coisas. É verdadeiramente um mistério maravilhoso. Não podemos compreendê-lo por nossa razão. Nos parece impossível. Em consequência, essas igrejas ensinam que se tem que interpretar as palavras de Cristo simbolicamente, e entende-las em outro sentido. Segundo eles, Cristo não queria dizer que a Santa Ceia realmente há seu verdadeiro corpo Natural, senão somente que o pão retrata seu corpo. E que se referia somente ao corpo espiritual de Cristo. Que os cristãos devem receber este corpo espiritual na Santa Ceia, ou seja, Cristo e seus benefícios, com fé, enquanto que o verdadeiro corpo natural do Senhor está no céu. Contra estes falsos profetas, que baseiam em sua própria
razão, nosso catecismo fiz: ‘É o Verdadeiro Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.’”
 (Manual de teología Luterana, Prof. Georg Metzger baseado no catecismo de Lutero, VI.d)

Uma vez há muito tempo atrás, eu disse que um Reformador dizer isso ou aqui NÃO NOS OBRIGA A CONCORDAR COM ELE, e isso vale pra essa citção do catecismo Luterano, também rebatido por Calvino:

 NEM MAIS PROCEDENTE É A POSIÇÃO DE QUE O PÃO ESTÁ INVISIVELMENTE JUNTO AO CORPO DE CRISTO, A CHAMADA CONSUBSTANCIAÇÃO ESPOSADA PELO LUTERANISMO
 "Outros, ao notarem que não se pode obliterar a analogia do sinal e da coisa significada sem que caia juntamente a veracidade do mistério, confessam que o pão da Ceia é realmente a substância do elemento terreno e corruptível, embora não concordem que haja qualquer mudança que seja, mas mantém o corpo de Cristo encerrado sob si. Se seu sentido fosse explicado nesses termos, enquanto é o pão apresentado no mistério, lhe é conexa a manifestação de seu corpo, visto a verdade ser inseparável de seu sinal, eu terçaria armas com vontade. Mas, visto que no pão se aloja o próprio corpo de Cristo, atribuem-lhe ubiqüidade contrária à sua nature- za; adicionando, porém, “sob o pão”, pretendem que aí ele subsista oculto, por isso faz-se necessário que por um pouco de tempo arranque tais sutilezas de seus covis.
 Ora, tampouco tenho em mente, neste ponto, resolver explicitamente toda esta questão, mas tão-somente lançar os fundamentos da discussão que logo, em seu lugar, se haverá de seguir. Querem, pois, que o corpo de Cristo seja invisível e imensurável, de sorte que jaza latente sob o pão, pois acreditam que de modo algum podem recebê-lo, se não descer ao pão. Mas não compreendem o modo de descer com ele que nos eleva a si. Evocam todos e quantos pretextos possam; mas depois de haver dito tudo, se perce- be sobejamente que insistem na presença local de Cristo. Do quê procede isso? Evidentemente, em razão de não suportarem conceber outra participação da carne e do sangue, senão a que consista em ou conjunção e contato de lugar, ou de alguma crassa inclusão." (Idem, cap XVII, 16)

É do conhecimento de todos que Lutero, Reformador alemão, nunca conseguiu se libertar de alguns resquícios do romanismo, e a consubstanciação foi um resultado disso, com a qual não concordamos em absoluto, pois os reformadores não eram infalíveis, como a igreja romana encara os papas.

E concluo dizendo que:

Devemos interpretar que o pão e o vinho são a carne e o sangue de Jesus no mesmo sentido que Cristo disse:

“Eu sou a porta” (João 10:9)

“Eu sou a videira verdadeira” (João 15:1)

“Eu sou a luz do mundo” (João 9:25)

“Eu sou o pão da vida” (João 6:48)

“Eu sou a porta das ovelhas” (João 10:7)

“Eu sou o caminho” (João 14:6)

-Cristo não se transformou fisicamente numa estrada a ser trilhada por Seus ouvintes por ter dito que era o Caminho.

-Cristo não se transformou num grande farol a emitir luz para o mundo inteiro ao dizer que era a luz do mundo.

-Cristo não se transformou em uma árvore por ter dito que era uma videira verdadeira.

-Cristo não se transformou em um pedaço de madeira com maçaneta por ter dito que era a porta.

Mas os católicos pensam que, por Cristo ter dito que o pão era o seu corpo e o vinho o seu sangue, ele se transforma literalmente e substancialmente em um pedaço de pão, para ser mordido, comido e dilacerado por milhões de fieis que supostamente comem a alma e a divindade de Cristo, que às vezes é comida até mesmo por ratos ou outros animais – e tomara que ninguém vomite a hóstia, senão já vimos o que vai acontecer.

Roger Oakland descreve uma experiência que teve em Roma na festa de Corpus Christi quando o papa Bento XVI a celebrou na basílica da Catedral de Maria:

“Finalmente, depois de eu ter estado quase três horas de pé esperando, o papa e seu séqüito chegaram. O papa estava carregando o Jesus Eucarístico na custódia. Cedo do dia, durante a missa na basílica de São Pedro, esse Jesus foi transportado para a basílica de São João, para outra cerimônia. Finalmente, para o final, o papa transportou Jesus para a Catedral de Maria. O papa pegou a custódia, subiu os degraus da igreja, e segurou Jesus bem alto, para as massas verem. Esse Jesus foi posto em um altar temporariamente ereto no topo dos degraus. Um cardeal então abriu a janela de vidro da custódia, removeu a bolacha consagrada (Jesus) e diligentemente o colocou no interior da igreja, onde pôs Jesus dentro de um tabernáculo. Essa experiência deu-me um soluçante lembrete de que isso é uma terrível apostasia.”
 (Faith Undone, p. 126).

Mas dizer que Jesus está LITERALMENTE  em CORPO, SANGUE, ALMA E DIVINDADE, presente numa bolacha, para ser COMIDO, MASTIGADO, ENGOLIDO, para depois ser expelido, não é nenhuma abominação aos olhos de Deus, meus caros, que isso? E por quê não é?

"ORA, PORQUE FOI A IGREJA QUE DISSE!"

Há ainda mais, muito mais, meus caros leitores, esse filme vai ter uma sequência de longas metragens, uma bela trilogia digna de Hollywood, aguardem.


Continua na parte 2
Elisson Freire
Licenciado e Pós-graduado em História. Bacharelando em Teologia. Cristão de tradição batista e acadêmico em apologética cristã...
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